Luanda- O Ministério da Educação e a empresa de Construção Civil Carmon decidiram, esta terça-feira, reatar o acordo para a criação de salas de alfabetização nas comunidades.
O acordo havia sido assinado em 2018 e interrompido em 2019 por força da Covid-19, tendo já beneficiado 558 alunos e distribuído mais de dois mil e quinhentos kits de materiais escolares.
Hoje, as partes assinaram um acordo para reactivação da parceria, que visa a criação de salas de alfabetização nas zonas em que a empresa Carmon desenvolve a sua actividade.
Na ocasião, o secretário de estado para o ensino pré- escolar e primário, Pacheco Francisco, afirmou que governo angolano tem desenvolvido programas, como a criação de salas de aula comunitárias, para a erradicação do analfabetismo no seio da juventude.
Reconheceu que o governo, por si só, não consegue erradicar o analfabetismo no ritmo desejado, por isso, conta com a parceria das empresas, igrejas e organizações políticas para que continuem a dar o seu contributo, de modo que o nível da população analfabeta reduza.
“No país, mais de quatro milhões de jovens carecem de atendimento de alfabetização, por isso, contamos com a parceria que rege o subsistema da educação de adultos”, disse.
Por sua vez, o director do gabinete jurídico da empresa Carmon, Sérgio Costa, disse que o programa, na primeira fase, foi “tão eficaz” que a empresa tem colaborado com o Ministério da Educação para a erradicação do analfabetismo no país.
" A nossa empresa reafirma o compromisso com o programa de alfabetização nas comunidades próximas aos nossos estaleiros, para contribuir na erradicação deste mal", reafirmou.
Dois milhões 660 mil e 442 jovens e adultos foram alfabetizados nos últimos cinco anos em todo o país, de forma a qualificar a força de trabalho em prol do crescimento da economia no país.
A formação é dividida em três módulos que abarca desde a iniciação a 6ª classe e o I ciclo ( 7ª,8ª e 9ª classes). Setenta por cento dos alfabetizados são do sexo feminino.
O Estado angolano acautela a obrigatoriedade para que todo cidadão conclua a 9ª classe, de acordo com a Lei de base nº 17/16, sobre o Sistema de Educação e Ensino.
Por isso, o governo continua a assumir a alfabetização como factor preponderante para a sua estratégia de combate à pobreza, diversificação da economia, bem como para a promoção de um desenvolvimento sustentável.
O Censo de 2014 declarou que mais de treze milhões de angolanos são jovens a partir dos 15 anos e deste número constatou-se que cerca de 76 por cento são alfabetizados, com maior incidência do meio urbano.
Logo, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), estima-se que 24 por cento deste grupo etário não sabe ler, nem escrever.
Neste sentido, o INE estima para 2023 a população angolana em cerca de 35 milhões de habitantes e destes 18 milhões 965 mil 77 são cidadãos angolanos de 15 anos, o que significa que um em cada quatro jovens não sabe ler, nem escrever, ou seja, cerca de quatro milhões 555 mil 618 pessoas.
As províncias do Bié, Benguela, Cuanza sul, Cunene, Huíla, Huambo, Lundas Sul e Norte, Malange, Moxico, Uíge, são as que verificam taxas de alfabetismo mais baixas em relação a outras. LIN/ART