Luanda - O ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, aconselhou, esta terça-feira, em Luanda, as universidades do país a alargarem e aprofundarem as relações de cooperação com as melhores congéneres do mundo, nos vários domínios do saber.
Manuel Nunes Júnior, que falava da visão do Executivo sobre o papel do ensino da engenharia no desenvolvimento sustentável do país, referiu terem consciência que a distância que separa Angola, em termos do conhecimento científico e tecnológico, dos países mais avançados do mundo é enorme, por isso deve-se ser rápido e eficaz na tomada de medidas, para que "esta distância diminua ou desapareça".
Enquadrado no primeiro encontro nacional sobre o ensino da engenharia em Angola, o governante frisou que o desafio que se coloca, a países em vias de desenvolvimento, consiste em tirar maior rendimento do conhecimento da sociedade, para que possam integrar a equipa de vencedores do processo de globalização em que estão inseridos.
Disse que o Executivo quer edificar em Angola uma sociedade justa, equitativa e desenvolvida, do ponto de vista cultural, científico e tecnológico, em que seja erradicada a fome e a miséria, assente na igualdade de oportunidades para todos os cidadãos, com realce para o desenvolvimento humano e justiça na distribuição do rendimento nacional.
Reiterou que o que faz a diferença são factores, como a inteligência das soluções e a tecnologia moderna, assente em conhecimentos científicos altamente complexos, tendo defendido a tomada de medidas firmes, corajosas e sustentadas, sem receio de algumas não serem agradáveis.
Enfatizou que a transição de uma economia exportadora de recursos extractivos brutos, como o petróleo e os diamantes, para uma que exporte produtos derivados, de bens finais e intermédios, deve ser com um alto valor acrescentado nacional.
Para tal, salientou, investe-se no desenvolvimento do capital humano do país, com vista a aumentar a produtividade das empresas e a sua capacidade de inovação, tornando-as cada vez mais competitivas e capazes de ombrear com as suas congéneres de África e de todo o mundo.
Na ocasião, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança Sambo, disse caber ao Executivo a responsabilidade de criar condições, para a implementação da estratégia da Política da Educação e do Ensino Superior, através da execução de programas e projectos do Programa de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-22.
Considerou ser imprescindível o envolvimento de múltiplos parceiros da sociedade civil, no esforço conjunto de desenvolvimento de Angola, tendo a educação e o ensino como pedras basilares.
Salientou que as universidades e outras Instituições de ensino superior são também chamadas a impulsionar o cumprimento de metas dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, por meio do seu papel na formação humana, produção de conhecimento e inovação.
Promovido pelos ministérios do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação e da Educação, pela Ordem dos Engenheiros de Angola e pela Unidade Técnica de Gestão do Plano Nacional de Formação de Quadros do gabinete de Quadros do Presidente da Republica, em colaboração com a UNESCO, o encontro sobre engenharia tem a duração de dois dias.
Estão em análise as características do ensino e da formação da engenharia em Angola, as necessidades de profissionais da área para o desenvolvimento sustentável da sociedade angolana, a partilha de experiências para delinear soluções adequadas às diferentes realidades académicas do país, bem como a promoção da reflexão e do debate, em torno do relatório da UNESCO sobre o ensino da engenharia em Angola.