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Jurista desaconselha castigo corporal a crianças em dissertação de mestrado 

     Educação              
  • Luanda • Sexta, 17 Janeiro de 2025 | 19h43
José Luís Mendonça, jornalista vencedor do prémio SADC 2021 na categoria de imprensa
José Luís Mendonça, jornalista vencedor do prémio SADC 2021 na categoria de imprensa
Gaspar dos Santos

Luanda - O jurista angolano e mestrando em Direito, José Luís Mendonça, desaconselhou, hoje, em Luanda, os pais a optarem pelo castigo como medida primária para a educação, repreensão e prevenção de erros dos filhos, e zelarem pelo diálogo permanente.

Em entrevista à Angop, por ocasião da apresentação da sua "Dissertação de Mestrado sobre Violência contra a Criança", o também escritor disse que a criança deve ser educada e repreendida quando comete, mas sem necessariamente recurso a castigos corporais para se evitar dor.

"A criança tem que ser educada e repreendida quando comete um erro. Deve haver sim castigo, mas que não seja  corporal. Talvez um não agressivo, pois pensamos que os psicólogos e psicanalistas já desenvolveram noutros países técnicas de lidar com as crianças", destacou.
 
José Luís Mendonça (69 anos de idade) definiu o castigo corporal como todo o acto que provoca dor na criança, dor corporal. 

"Quando um adulto transgrede uma regra de trânsito, ou, por exemplo, comete o crime de peculato, ninguém vai-lhe dar um puxão de orelhas, nem palmadas. Ele apenas é julgado para pagar pelo crime. É preciso termos o mesmo procedimento com a criança, que também é cidadã(o)", assinalou.

De acordo com o aspirante a Mestre, é 
preciso prevenir-se primeiro que a criança cometa esses erros, porquanto, a prevenção é a conversa e ou diálogo com a criança, antes de qualquer cometimento.
 
"A criança tem que ser tratada com dignidade, e o adulto pode prevenir através do diálogo. Penso que devia haver um sistema de educação da população através da comunicação social, para se educar  como falar com a criança, como ensinar a ser amiga e a brincar com a mesma", referiu.
 
A questão principal, cimentou o jurista, é a cidadania, que pertence também à criança.
 
Segundo José Mendonça, a sociedade angolana usa um sistema de educação de menores pela dor, através de castigos corporais, que têm várias denotações, desde bofetadas, pontapés, pôr-se a criança de joelhos e outros castigos mais degradantes.

O trabalho de defesa de dissertação desse autor tem como título "Educação Pela dor Quid Iuris?", e foi elaborado numa perspectiva histórica e jurídica, com incursão também à sociologia, abordando os castigos corporais na educação da criança, no seio familiar e na escola.

"Para dizer que na lei, no Código da Família, não existe nenhuma artigo que determina os castigos corporais em crianças. Fala sim da educação da criança e responsabilidade dos pais, mas não há nada que diga que se deve aplicar um castigo que provoque dor", referiu o mestrando.
 
Natural do Gulungo Alto, província do Cuanza Norte (em 1955), José Luís Mendonça é licenciado em Direito, e tem vindo a exercer, também, o jornalismo nas colunas de diversos jornais angolanos. É diretor e redactor-chefe do semanário Cultura - Jornal Angolano de Artes e Letras editado em Luanda. 

Como escritor, tem vários livros publicados, estando o primeiro "Chuva Novembrina", datado de 1981. É igualmente autor das obras "Reino das Casuarinas" (2014), "Angola, me diz ainda" (2017), "Um Voo de Borboleta no Mecanismo Inerte do Tempo" (2006), "As Metamorfoses Do Elefante: Fabula Angolense (2022)".

O acto de apresentação da dissertação do referido poeta decorreu na Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.

SL/MDS 





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