Lubango - Cento 58 mil dólares americanos, financiados pelo Smithsonian institute dos Estados Unidos da América, começam, a partir de Fevereiro deste ano, a serem investidos pelo Instituto Superior de Ciência da Educação (ISCED) da Huíla, na melhoria das infra-estruturas e recolha dados sobre a vegetação em florestas secas do Parque Nacional do Bicuar, soube a ANGOP no Lubango.
O projecto enquadra-se numa iniciativa internacional designada GEO-TREE, que visa recolher dados de vegetação em florestas secas nos trópicos em todo o mundo, por meio de dotações permanentes.
O projecto é financiado está a ser desenvolvido pelo Centro de Estudo da Biodiversidade e Educação Ambiental (CEBEA), em parceria com The University of Edinburgh e a Universidade Mandume Ya Ndemufayo, com duração de um ano.
O foco é a recolha de dados que irão beneficiar uma série de partes interessadas, tanto em Angola, quanto outros territórios, recolher dados aéreos, ou na designação inglesa, Light Detection And Ranging (LiDAR ) sobre o Parque Nacional do Bicuar, com o propósito de estimar os stocks de carbono acima do solo e descrever a variação espacial na estrutura da vegetação.
Os dados serão utilizados em conjunto com os dados LiDAR espaciais para desenvolver mapas de vegetação do Parque Nacional do Bicuar, com objectivo de beneficiar os esforços da gestão desta reserva e a conservação de habitats ameaçados, segundo, o presidente do ISCED-Huíla, Helder Bahu.
O académico falava na cerimónia de lançamento do Projecto Bicuar-GEO-TREES, sob o lema Avaliação de biomassa, sequestro de carbono e requalificação das infra-estruturas do Parque Nacional do Bicuar.
De acordo com Helder Bahu, o aquecimento global, resultante da emissão de gases com efeito estufa, bem como a desflorestação, constituem uma preocupação para a humanidade, justificando que o “sequestro” do carbono entra na agenda internacional e o presente projecto vai gerar dados “valiosos” sobre a estrutura da vegetação e estimar a biomassa vegetal no Parque Nacional do Bicuar.
Destacou que objectivo social do projecto é contribuir para a gestão eficaz do parque e à melhoria da infra-estrutura do acampamento, para assegurar a continuidade do trabalho de amostragem e a manutenção das parcelas permanentes, pelo que 10 estudantes de mestrados serão financiados e supervisionados pelos investigadores do projecto, para fazer parte do novo corpo de investigadores.
Sublinhou que a dimensão ecológica faz parte do DNA do ISCED-Huíla, instituição que herdou um importante espólio museológico determinado por colecções biológicas significativas, para além de um laboratório didáctico, possui um valor inestimável, porque representa a biodiversidade local e estimula o ideal de preservação num cenário de “enorme” agressividade ecológica.
Segundo Helder Bahu, as reservas nativas são espaços imprescindíveis de gestão ecológica positiva, neste caso, o Parque Nacional do Bicuar, se afigura como um espaço de eleição que inclui dinâmicas variadas e se projecta como um local para a realização de vários tipos de turismo, rural, turismo cultural, ecoturismo, turismo, científico, outros
“Felizmente, o Parque do Bicuar constitui um amplo laboratório para os estudantes da graduação em ensino da Biologia, do Mestrado em Ecologia e Gestão de Recursos Naturais e do Centro de Biodiversidade e Educação Ambiental (CEBEA), do ISCED-Huíla. São vários estudos realizados neste parque e muitos artigos publicados, por isso falar de estudos no Bicuar é falar do ISCED-Huíla”, aludiu. BP/MS