Huambo - A técnica do Instituto Nacional de Educação Especial (INEE), Marcelina Manuel, defendeu, esta quarta-feira, a contínua aposta na preparação dos professores, para que tenham do sistema de ensino em Braille.
Marcelina Manuel falava durante a palestra sobre “Avanço tecnológico do sistema Braille e sua importância na educação inclusiva e inclusão das pessoas com deficiência no sistema educativo angolano”, que marcou o encerramento das jornadas alusivas ao Dia mundial do Braille, assinado no passado dia 04.
Disse ser importante que as escolas do país, desde a iniciação ao II ciclo do ensino secundário, tenham professores preparados para o ensino do Braille, com vista a responder aos desafios do processo da inclusão educativa, em curso no país.
Conforme a responsável, é fundamental que os quadros do sector da educação sejam devidamente dotados de conhecimentos em Braille, a fim de ajudarem a disseminar os conteúdos académicos e científicos em todos os municípios de Angola.
“O professor deve estar preparado para que todo aluno que é recebido com deficiência visual, tenha acesso à educação, cabendo a direcção da escola a criação de condições para a inclusão académica”, salientou.
Marcelina Manuel considerou positivo o ensino em Braille no país, ao julgar pela sua expansão ao nível das 18 províncias, com um total de seis mil alunos matriculados, no presente ano lectivo.
Angola conta com um dicionário em Braille, publicado há mais de 15 anos, sendo que a II edição estará disponível em breve, com vista a melhorar a qualidade de ensino.
Por sua vez, o director do gabinete da Educação na província do Huambo, Mário Rodrigues, disse que o sector enfrenta inúmeras dificuldades, com destaque para a insuficiência de máquinas de Braille, de quadros qualificados e especializados, numa altura em mantém uma forte aposta na melhoria das infra-estruturas.
Lembrou que o Governo da província do Huambo tem uma particular atenção ao ensino especial na perspectiva inclusiva, sendo a educação a chave para a igualdade e o Braille, uma das ferramentas para abrir as portas do conhecimento para todos.
Deste modo, enalteceu o engajamento dos professores, que de forma directa ou indirecta, contribuem para elevar a informação, o ensino, o conhecimento e a educação a todos alunos com necessidades educativas especiais.
Pedro Morgues, em representação dos alunos com deficiência visual, espera por uma maior reflexão em torno do ensino do Braille no país, para que sejam traçadas estratégias de promoção e expansão em todas as localidades de Angola e do Huambo, em particular.
Criado pelo francês Louis Braille, em 1825, o sistema de Braille é o código de leitura e escrita para as pessoas cegas, cuja máquina é tida como sinais de revelo que representam letras, sinais de pontuação, números, notas musicais entre outras variedades e é empregado universalmente para a leitura e na escrita.
O Dia Mundial do Braille é celebrado a 4 de Janeiro. Nesse dia, no ano de 1809, nasceu o francês Louis Braille que, tendo ficado cego na infância, criou o método de escrita e leitura táctil, conhecido como sistema Braille. MLV/ALH
