Cuito – O I Simpósio do Instituto Superior Politécnico Ndunduma (ISPN) do Bié encerrou hoje, sexta-feira, na cidade do Cuito, com a sessão de lançamento e autógrafo do livro intitulado “A depressão, a morte silenciosa em Angola”.
O manual, de 167 páginas, dividas em duas partes (teórica e prática), é da autoria do psicólogo clínico Florindo Miranda, que coloca no mercado literário o seu segundo trabalho académico.
Na ocasião, o autor referiu que a obra, resultante da sua experiência profissional, aborda questões relacionadas à depreciação numa perspectiva mais prática e real no contexto cultural e social de Angola.
Com este trabalho, disse procurar ajudar as pessoas a percebem, de forma simples, a problemática da depressão e suas implicações, para que cada um possa ser útil na sua prevenção desde o seio familiar, igreja, instituições escolares e sociais.
De acordo com o especialista, a situação da crise depressiva em Angola é bastante preocupante com o registo de muitos casos de suicídios, como uma das principais consequências, em todo território nacional, cuja solução requer uma resposta multidisciplinar e profissional.
No seu entender, muitas vítimas de problemas psicológicos procuram, na sua maioria, ajuda aos quimbandeiros, não nos profissionais psicológicos clínicos, facto que tem agravado a situação e com impacto social bastante negativo, por vitimar mortalmente ou comprometer o progresso de muitos cidadãos que iriam contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do país.
Apontou, entre outros, os factores sociais, económicos, o imediatismo no seio dos jovens e os efeitos nefastos da globalização, como uma das principais consequências da crise depressiva.
Florindo Miranda, mestrando em Psicologia clínica e docente universitário é também autor do livro “Psicólogo Clínico em Acção-orientações psicoterapêuticas na prática clínica no consultório”, lançado no ano passado e que foi também apresentado no evento.
O também psicoterapeuta, teólogo evangélico e professor universitaário prepara, neste momento, a publicação do seu terceiro livro, com o título “O problema do suicídio em Angola e o contributo da igreja para o combate do fenómeno”.
O acto de encerramento foi, igualmente, marcado com a apresentação e autógrafo da segunda edição de “Agressões sexuais em menores”, publicado este ano, da psicóloga clínica Ana Panzo, mestre em Psicologia do desenvolvimento e da educação e doutoranda em Psicologia Social.
O I simpósio do ISPN, aberto na quinta-feira, decorreu sob o tema central: “Ciência, cultura e desenvolvimento sustentável das comunidades para as academias”.
Durante o certamente, os participantes debateram temas como: “Educação e desenvolvimento sustentável: os direitos dos trabalhadores em Angola e no mundo”, “Depressão e suicídio: Uma abordagem psico-social em Angola”.
Constaram ainda da agenda, entre outros, “A biodiversidade e polinização: importância dos polinizadores na manutenção da biodiversidade e na produção de alimentos”, “a validação do potencial produtivo de cinco variedades de trigos, as condições climáticas na comuna de Cambândua”, “O comportamento das empresas face aos desafios actuais”.
Criado há quatro anos, o Instituto Superior Politécnico Ndunduma (ISPN) é uma das três instituições de carácter privado que funcionam na província do Bié.
No presente ano académico, tem matriculado mais de dois mil e 500 estudantes, do primeiro ao quarto ano, nos cursos de engenharia electrónica, civil, química, agronómica, informática e sistema de informação, gestão empresarial, ciências biológicas, psicologia clínica, direito e ensino pré-escolar. VKY/PLB