Chibia - “Missão da Recuperação das Aprendizagens”, para a inclusão, no sistema de ensino, de crianças dos sete aos 14 anos de idade vítimas do atraso escolar, devido à covid-19 e à seca, é o nome de um programa lançado hoje, quinta-feira, no município da Chibia, pelo Governo da Huíla e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O projecto gizado em Março do ano em curso, conta com a parceria do Gabinete Provincial da Educação e o objectivo é atrair os alunos à escola, com diversos atractivos, entre eles a distribuição da merenda e prática de desporto.
A iniciativa tem como finalidade recuperar as aprendizagens significativas em língua portuguesa e matemática, não adquiridas no ano lectivo 2020-2021, de alunos dos sete aos 14 anos, integrando, também, os que se encontram fora do sistema de ensino.
O programa, na primeira fase, abrange 17 escolas, cinco mil 677 alunos, 19 mil 999 crianças, 148 professores e 42 supervisores dos municípios da Cacula, Chibia, Chicoma, Gambos, Humpata, Matala e Quipungo, os mais afectados pela seca e pelo fenómeno abandono escolar.
Ao falar na abertura do evento, o representante da UNICEF em Angola, Joevany da Matos, afirmou que a covid-19 veio expor e agravar os desafios enfrentados pelas crianças, relativo ao acesso à educação, resultados das aprendizagem e bem-estar, devido a suspensão prolongada das aulas.
Referiu que na Huíla, a situação crítica da seca contribuiu, igualmente, para o abandono escolar e perda da aprendizagem, em particular nas crianças vulneráveis.
Explicou que o projecto vai implementar acções que permitam que cada criança possa estar na escola, permanecer na mesma e recuperar a aprendizagem em ambiente seguro e isento de violência.
“Vamos trabalhar com as escolas, professores e comunidade para recuperar a aprendizagem das crianças que frequentam o ensino primário, as que abandonaram a escola e das que nunca tiveram a oportunidade de estudar”, continuou.
Salientou que em situação de crise e stress, as crianças são afectadas pela perda das suas habilidades diárias e podem perder competências importantes para o processo de aprendizagem e para o seu bem-estar dentro e fora da escola.
Detalhou que nestes saberes destaca-se a motivação e empatia, capacidade de pensar construtivamente, auto-confiança e comunicação, daí a necessidade de ajudar a criança a proteger e desenvolver o seu bem-estar psicossocial.