Ondjiva – As futuras instalações do Instituto Superior Politécnico de Ondjiva, actualmente em construção, vão assegurar a permanência de quadros no Cunene, confirmaram sexta-feira membros da sociedade civil e da classe política da província.
Em declarações à ANGOP, o rei de Oukwanhama, Jerónimo Haleinge, disse acreditar que o empreendimento será de grande mais-valia e de conquista para as populações, oferecendo cursos diversificados para que os estudantes não abandonem a província para outras regiões em busca da formação.
Jerónimo Haleinge disse que, ao longo dos tempos, o Cunene debateu-se com a falta de instituições de ensino superior, fazendo com que muitos quadros recorram a outros pontos do país para darem seguimento aos estudos.
“Com este acto, estamos na expectativa (de) que, dentro dos prazos contratuais, tenhamos as novas infra-estruturas para que o ensino superior funcione em pleno”, sustentou.
Já o rei de Ombala ya Nalueque, Mário Satipamba, considera que o surgimento da nova instituição de ensino superior vem responder a uma das grandes solicitações da juventude que tinham que se deslocar a outras províncias e à vizinha Namíbia, para dar sequência à formação em diferentes áreas do saber.
O soberano enalteceu a pronta intervenção do Executivo em resposta às reclamações mais frequentes da província, dando oportunidade a alunos vindos das comunidades e de outros municípios sem condições de habitabilidade para ter acesso à formação superior.
Para o secretário do Conselho da Juventude no Cunene (CPJ), Praia Chivela, o lançamento da obra representa um grande ganho para a comunidade estudantil e um culminar de desafios relacionados ao pagamento de propina, habitação, transporte e alimentação que muitas famílias passaram para formar os filhos.
Disse que projecto, cujas obras de construção foram lançadas este mês, prevê a abertura de muitos outros cursos técnicos, fazendo com que muitos jovens permaneçam e contribuam para o desenvolvimento da província.
“Actualmente, o Instituto Politécnico de Ondjiva (IPO) funciona em instalações inadequadas que não conferem dignidade para uma instituição do ensino, temos a certeza que, uma vez concluído, o projecto, para além de aumentar a oferta de mais cursos, vai conferir dignidade a este sistema de ensino”, enfatizou.
Por seu turno, o secretário provincial da UNITA, Torga Pageiko, acredita que, com o arranque e a concretização deste projecto em curto espaço de tempo, o Cunene terá infra-estruturas condignas para servir a população.
O político considerou que o lançamento da primeira pedra para a universidade da província é uma oportunidade para se transmitir o ensino em melhores condições pedagógicas para os quadros não só do Cunene, mas do país no geral.
Também o secretário do Partido de Renovação Social (PRS) no Cunene, Miguel Ndapewovano, concorda tratar-se de um grande empreendimento para a juventude, em particular, que ao longo dos tempos foi obrigada a viajar para outras regiões, a fim de frequentar o ensino superior.
Este projecto é um grande ganho, porque dispõe de vários serviços que vão possibilitar e acomodar estudantes vindos de outros municípios e comunidades rurais que poderão frequentar aulas em regime de internato, deixando de pagar o arrendamento e propinas.
Orçadas em 46 mil milhões, 291 milhões, 581 mil 841 kwanzas e 12 cêntimos as obras têm um prazo de execução de 30 meses.
O projecto engloba edifícios administrativos e de serviços para 200 funcionários, biblioteca, cantinas, bloco de ensino com dois auditórios para 217 lugares cada, laboratórios e 22 salas de aulas, sendo 17 para 36 estudantes e cinco para 92 alunos.
A mesma comporta ainda um bloco de residências com três edifícios e capacidade de 500 camas para estudantes, 25 residências T1 para docentes e quatro T4 para coordenadores, áreas desportivas e de lazer, entre outros.FI/LHE/IZ