Lubango – A Fundação Ngana Zenza, criada pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, lançou hoje, terça-feira, as empreitadas para a construção de quatro escolas do ensino primário na aldeia do Toco, a 35 quilómetros do Lubango, província da Huíla.
Trata-se de três escolas evolutivas de quatro salas e uma de seis, as primeiras convencionais que começaram a ser erguidas nas aldeias de Camutcha, Camiombo, Toco e Ombala yo Mukua, cada uma com a capacidade para 420 alunos em dois turnos.
As mesmas serão entregues às comunidades em quatro meses, tendo sido desembolsados 156 milhões 677 mil 311 kwanzas para cada unidade.
No acto de lançamento das obras, a Primeira-Dama da República afirmou que o projecto é resultado de uma aposta que a fundação começou a fazer há um ano no sector do Toco, iniciativa que deve ser levada a outras regiões do país.
Apontou como foco outro do projecto a melhoria do ordenamento do território com a requalificação de arruamentos na zona de intervenção, assim como a reabilitação das estradas rurais, com vista a melhorar a mobilidade entre as aldeias e promover o escoamento da produção.
“Queremos ver o Toco a brilhar, foi difícil o começo, mas estamos no trilho, pelo que o apoio da comunidade, das autoridades locais, municipal e provincial tem sido vital para o sucesso da obra”, disse a Primeira-Dama.
Assinalou que essa aposta na educação mudou o cenário da localidade, pois em 2020 quando foi feito o primeiro diagnóstico, a maior parte da população era analfabeta, hoje já tem 34 alfabetizadores e, nas cinco aldeias-piloto, estão 466 pessoas a ser alfabetizadas entre os 15 aos 70 anos, sendo 62 por cento mulheres.
“Decidimos com o projecto construir escolas e sermos parceiros directos do Estado, para ajudar a resolver esses problemas, pois damos uma importância muito grande à questão da educação. O número de salas de escola foi determinado pela comunidade, em função da população, para que elas possam terminar o presente ano lectivo em melhores condições”, frisou.
A localidade do Toco, no município do Lubango, beneficia há um ano do Projecto de Desenvolvimento Integrado Comunitário (PDIC), de iniciativa da Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário (FDC).
Ao todo três mil 887 famílias, que correspondem a 18 mil 282 pessoas do Toco, serão, até 2025, inseridas em dez projectos e 27 subprojectos dessa acção social liderada pela Primeira-Dama, Ana Dias Lourenço.
Trata-se de um programa lançado em Fevereiro de 2022, cujo objectivo é criar uma referência diferenciadora, com respostas concretas e adaptadas às necessidades, realidades e desafios actuais, com especial foco no mundo rural e nos grupos mais vulneráveis da sociedade.
Entre os projectos da Fundação Ngana Zenza consta também o “Tata Uhayele” (Cuide da sua saúde, em umbundo), que consiste em levar cuidados de saúde primários às populações mais necessitadas através de carruagens clínicas ferroviárias no corredor Lobito-Luau.
Outra iniciativa da Fundação é a Plataforma “Dikota_E6.0”, que visa valorizar e captar experiências, sensibilizando a sociedade para a promoção da solidariedade entre gerações e o envelhecimento activo, assim como a educação e a formação.
A localidade do Toco, com perto de 18 mil 323 habitantes viveu do anonimato até 2012, ano em que a Igreja Católica instalou a sua primeira paróquia na zona, liderada pelo padre Américo Costa Gomes, que desde então dinamizou a aldeia, mediante a instalação de equipamentos sociais em parcerias com o Estado. Dispõe de cinco escolas de construção definitiva e sete precárias.
Ainda assim, é tida como uma localidade com muitos casos de gravidez e casamentos precoces, daí o foco do programa ser a jovem mulher.
Constituída a 20 de Fevereiro de 2020, a Fundação Ngana Zenza é uma homenagem à mãe da Primeira-Dama da República, a senhora Isabel, também tratada por “Ngana Zenza”. MS/ART