Lubango - A Faculdade de Medicina da Universidade Mandume ya Ndemufayo (UMN) começa, em Março próximo, a ministrar o primeiro curso de especialização em microbiologia e parasitologia, para dar resposta ao Plano Nacional de Formação de Quadros e reduzir a carência nesse segmento.
Para essa 1ª edição estão disponíveis 15 vagas e as aulas estão previstas para começar na segunda semana de Março, um curso que traz tecnologias avançadas na biologia molecular e outras ferramentas para os profissionais de saúde melhorarem a performance na área de actuação.
Em declarações à ANGOP hoje, domingo, no Lubango, a coordenadora do curso, Paula Maiato, afirmou que verificou-se, segundo o Plano de Desenvolvimento Sanitário de Angola 2012-2025, que o país tem uma alta incidência de doenças infecciosas e parasitárias, com destaque para a malária, assim como as respiratórias e diarreicas.
Ressaltou que face a esse contexto, a Faculdade de Medicina tomou a iniciativa de criar o curso com principal enfoque no diagnóstico dessas doenças emergentes, bem como dos seus principais agentes bacteriológicos.
Detalhou que o curso foi criado no quadro programa UNI.AO, da União Europeia (UE), que apoia o ensino superior em Angola para a criação de novos cursos, entidade que os subvenciona, através da Expertise France, com um custo de 80 mil euros.
“O curso, nesta fase garante as bolsas para todos os candidatos que forem aceites, mas que cumpram com os requisitos presentes no regulamento da UNI.AO, sendo um deles ter até 45 anos, foi ainda criado uma quota para mulheres, que são 50 por cento das candidaturas”, continuou.
Segundo a responsável, a iniciativa foi criada numa vertente para melhorar as práticas profissionais de saúde na área de microbiologia e parasitologia, assim como introduzir valências em relação à investigação, pois verifica-se um nível baixo de pesquisa, que é feita, sobretudo, no Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA).
Destacou que o curso tem a duração de 12 meses, com oito módulos e no final está previsto um estágio curricular, numa parceria com o Hospital Central do Lubango “Dr. António Agostinho Neto” e projecta-se uma parceria com os Serviços províncias do Instituto de Veterinária na Huíla.
Paula Maiato explicou ser um curso direccionado para licenciados, tanto de faculdades públicas como privadas, formados nas ciências da saúde, como enfermagem, análises clínicas, medicina, entre outras, com excepção da psicologia e da psiquiatria.
Será ministrado por 10 docentes, dos quais três portugueses da Universidade da Beira Interior, localizada em Covilhã, Portugal e os restantes da UMN, uma do laboratório de microbiologia do Hospital Central do Lubango e um dos serviços de veterinária.
A maior expectativa do grupo, segundo a fonte, é que a implementação seja efectiva e tenha adesão, pois viram um grande interessasse, apesar de alguns não possuírem os requisitos, já receberam chamadas das províncias de Luanda, Cabinda, Huambo, entre outras com pessoas interessadas em fazer o curso. EM/MS