Benguela – O sonho dos jovens da Catumbela de frequentar o curso médio técnico-profissional no seu município tornou-se realidade, após a inauguração, segunda-feira, de um instituto politécnico na comuna do Biópio, constatou a ANGOP.
Além de uma barragem hidroelétrica construída em 1956, actualmente inoperante, a comuna do Biópio ainda tem a maior central fotovoltaica de Angola, com potência total de 188, 8 MW, daí a apetência dos jovens por cursos técnico-profissionais, com destaque para electricidade, sem precisar se deslocar fora da sua localidade.
Seguindo essas aspirações, o governador provincial de Benguela, Luís Nunes, inaugurou, debaixo de chuva forte, o Instituto Politécnico BG 0030 “António Satito”, com 21 salas de aulas, que poderão atender, em dois turnos, mil e 680 alunos do ensino secundário.
A unidade ainda tem cinco laboratórios – Informática, Electricidade, Física, Química e Biologia - biblioteca, área administrativa, auditório e um campo polivalente.
A conclusão da escola, em oito meses, a cargo da empresa MSTA, através do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), é motivo de alegria para a comunidade dos Cabrais, no Biópio, onde foi implantada, segundo o presidente da comissão de moradores.
Numa altura em que falta quase tudo naquele bairro de famílias sinistradas das chuvas de Março de 2015, no Lobito e Catumbela, Avito Tchiyo enfatiza que a inauguração desse instituto é uma dádiva e o reacender da esperança de crianças e jovens.
“Com uma estruturante tão gigante como esta, sai a ganhar a população deste bairro. E só para dizer que a população está a gostar”, referiu, salientando que doravante os estudantes vão dar continuidade à sua formação, sem necessidade de sair da Catumbela.
Aliás, o presidente da comissão de moradores dos Cabrais diz que o novo instituto vai atrair os estudantes do Lobito, Bocoio e Balombo, já que o curso de electricidade abre portas para o emprego.
Contudo, o representante da comunidade dos Cabrais pede que as autoridades resolvam o problema da gritante falta de água e acelerem a conclusão das casas inacabadas, para dar dignidade a mais famílias.
Ganhos
A administradora municipal da Catumbela, Kátia Teixeira, assume que a inauguração do politécnico resolve uma das preocupações que mais inquietava as autoridades e a comunidade estudantil no sector da educação.
Kátia Teixeira diz que o município mais jovem da província de Benguela já necessitava de um politécnico com cinco laboratórios, daí agradecer a atenção do Governo Provincial.
Deu conta de que neste momento estão a ser criadas as condições para que a breve trecho a escola comece a funcionar e a contribuir na formação técnica e profissional dos jovens da região.
Valências
O director do Gabinete Provincial de Educação, Edmundo Salupula, deu a conhecer que o Instituto Politécnico da Catumbela vai procurar ministrar cursos na área de electricidade, que é o forte da zona do Biópio, bem como informática.
Por isso, foi equipado com laboratórios, que, segundo Edmundo Salupula, poderão trazer valências tanto para os alunos quanto para os professores, fundamentalmente para aprimorar o conhecimento técnico adquirido ao longo da sua formação.
Neste sentido, garante a disponibilidade de recursos humanos para assegurar o funcionamento do instituto, fruto do concurso público de ingresso em curso no sector e da mobilidade interna de professores.
Como está localizada num ponto estratégico, confirma que vai, de igual modo, absorver jovens das comunidades do Culango, Canjala e Egipto-Praia, no Lobito, porque, apesar de estar no município da Catumbela, é mais próximo da cidade ferro-portuária.
Mobilidade facilitada
Dada a distância da Catumbela e do Lobito, adianta que o Gabinete de Educação vai trabalhar com o sector dos Transportes para poder identificar mecanismos que facilitem a mobilidade dos alunos, professores e demais funcionários administrativos para o novo instituto politécnico.
Aventou a possibilidade de o instituto arrancar com as aulas no segundo trimestre do ano lectivo, caso a demanda de novos alunos assim o justificar, o que implicará um calendário mais curto, numa primeira fase.
No entanto, contou que a obra de construção desta escola já existia há bastante tempo, sendo que o Governo Provincial de Benguela decidiu conclui-la para aumentar a oferta formativa na região.
Embora seja uma escola do II ciclo do ensino secundário, o director da Educação diz que se quer tirar maior proveito da sua imponência colocando cursos profissionais do I ciclo no mesmo instituto (a 7ª, 8ª e 9ª classes), a exemplo do Instituto Médio Industrial de Benguela.
A Catumbela, um dos dez municípios da província de Benguela, conta ainda com um Instituto Médio de Administração e Gestão (IMAG) e um pólo do Instituto Superior Politécnico Católico (ISPOCAB), para além do Campus Universitário da KatyavalaBwila. JH/CRB
