Benguela – Cento e doze mil e duzentas e noventa e quatro vagas estão disponíveis no ensino primário, na província de Benguela, para a matrícula de alunos na iniciação e 1ª classe, tendo em vista o ano lectivo 2022/2023.
Falando numa conferência de imprensa, na última quinta-feira, no edifício sede do Governo Provincial de Benguela, o director do Gabinete da Educação, Edmundo Salupula, apontou ainda a existência de 37 mil e 952 vagas para o I ciclo, isto é, na 7 ª classe.
Quanto ao ingresso no II ciclo, o responsável disse estarem disponíveis 13 mil e 551 vagas, sendo 6.300 para a formação geral, 4.641 para o ensino técnico profissional e 2.610 para a formação de professores.
Segundo ele, a província de Benguela tem 956 escolas, na sua maioria em condições precárias, do ensino primário ao secundário, numa altura em que 146 mil crianças ainda estão fora do sistema de ensino na região.
Quanto à problemática das enchentes nas escolas primárias incapazes de dar resposta à enorme procura por parte dos encarregados de educação, o director justifica que as instituições de ensino existentes estão, neste momento, no limite da sua capacidade devido ao crescimento desproporcional da população face às infra-estruturas escolares.
“A maior parte das nossas escolas estão saturadas”, atirou o entrevistado, considerando que o número de alunos a ser admitido, por exemplo, na iniciação e 1ª classe depende muito do número de estudantes que deixa a escola primária, quando transita da sexta para a sétima classe.
Daí que, como vincou, se registe, em muitas ocasiões, uma redução do número de vagas, “porque a mesma escola tem que ter quotas para a iniciaçao e para a primeira classe”.
Edmundo Salupula revela, também, problemas de vagas em relação à 7 ª classe, na entrada no I ciclo, acrescentando que outro factor que contribui para esta dificuldade é a tendência por parte dos encarregados de educação de matricular os filhos apenas na sua área de residência.
Por isso, lembrou que muitos cidadãos pernoitam ou até ficam horas nas instituições de ensino, porque a iniciação, a primeira e a sétima classe não têm processo de selecção. “É para quem chegar primeiro”, como afiançou.
Por outro lado, garante que têm sido construídas várias escolas para reverter a situação, quer daqueles alunos que estudam em salas precárias, na maior parte dos casos, quer das crianças que ficam de fora do sistema.
E aponta como exemplo uma escola de doze salas de aula e, destas, apenas duas podem eventualmente tirar alunos fora do sistema de ensino, enquanto as demais vão servir para acomodar os que estudam em condições precárias.
Na prática, face à pressão demográfica, nos centros urbanos existem escolas com poucas salas definitivas, como admitiu o interlocutor.
Também destacou o trabalho das autoridades locais e o Programa Integrado de Intervenção Municipal, no sentido de construir mais escolas primárias e gradualmente resolver o problema da acomodação das crianças em salas improvisadas.