Luanda - Angola pretende no triénio 2023/2027 dotar o sector de Ciência Tecnologia e Inovação (CTI) de maior dinamismo para estimular a criação e difusão do conhecimento, capaz de atrair e reter talentos para o desenvolvimento do país.

Essa intenção foi manifestada pela ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, quando discursava, na última sexta-feira, em Genebra, Suíça, durante uma Mesa Redonda Ministerial sobre " O papel da ciência, tecnologia e inovação na aceleração da recuperação da COVID-19" e a "Plena implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável em todos os níveis".

De acordo com a responsável, que participou na 26ª sessão da Comissão de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (CSTD), a intenção surge da necessidade de fortalecer e tornar mais eficiente o Sistema Nacional de Ciência, em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e com a Estratégia Africana para a CTI.

Na sua intervenção, Maria do Rosário Sambo defendeu a necessidade de se criar maior sinergia na cooperação para o desenvolvimento com os actores dos sistemas científicos nacionais e dos ecossistemas de inovação para o reforço da capacidade científica do capital humano e das instituições.

No seu entender a Ciência, tecnologia e inovação (CTI) são motores fundamentais para gerar e sustentar o aumento da produtividade e, consequentemente, constituem alavancas vitais de longo prazo para o crescimento económico e a prosperidade.

Por outro lado, apontou a pandemia da COVID-19 como um dos elementos que expôs a incapacidade de muitas instituições de ensino, com especial destaque para o ensino superior, de migrar para o ensino online, e esclareceu as dúvidas sobre a necessidade da transformação digital do sector da educação.

Disse que os efeitos da situação gerada pela pandemia de COVID-19 no Ensino Superior, com a consequente institucionalização do Estado de Emergência, obrigaram a questionar as actuais práticas formativas, bem como as formas como têm assegurado o ensino-aprendizagem e como devem fazer nos próximos tempos.

Apontou países africanos como Senegal, Tunísia e Costa do Marfim, onde a existência, antes da pandemia, de uma universidade virtual mitigou os efeitos da pandemia de COVID-19 no ensino presencial, tendo sido possível colocar a sua experiência ao serviço de outras universidades para a concepção de dispositivos de formação online.

Portanto, reforçou ser necessário garantir o ensino-aprendizagem para além dos tempos e espaços institucionalizados, superar as limitações dos métodos tradicionais de ensino e aproveitar melhor as potencialidades das TICs, aliada a digitalização pelo potencial em promover a colaboração, além-fronteiras e melhorar a eficiência da ciência aberta.

A 26ª Sessão da Comissão de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (CSTD) abordou dois temas prioritários, nomeadamente: “Tecnologia e inovação para uma produção mais limpa, produtiva e competitiva” e  “garantir água potável e saneamento para todos: uma solução de ciência, tecnologia e inovação”. MGM/ART