Luanda – Onze meses depois da suspensão das aulas devido ao surgimento dos primeiros casos da Covid-19 em Angola, os alunos do ensino primário (1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª classes) retomaram, nesta quarta-feira, às aulas.
Com a alegria que os caracteriza, mesmo apesar do reforço dos cuidados individuais (distanciamento físico e o uso da máscara facial), os petizes, os últimos a entrarem em cena depois do reinício dos demais subsistemas em Outubro de 2020, regressaram às salas de aulas do país para o tão almejado retorno do processo de ensino e aprendizagem.
Com o fim do presente ano lectivo marcado para Julho, mais de seis milhões de alunos do ensino primário, 3.120.000 dos quais entraram pela primeira vez no sistema de ensino e aprendizagem, voltam, assim, às salas de aulas.
Na província de Luanda, por exemplo, apesar de alguma timidez, houve, logo as primeiras horas, um movimento intenso de pais e encarregados de educação nas escolas, uns com os filhos e outros a procura de saber mais informações sobre o processo.
A equipa de reportagem da ANGOP constatou, em algumas escolas a presença de pelo menos 50% dos estudantes.
No entanto, apesar do esforço para se garantir os meios de biossegurança, na Escola Primaria 1211 – Liga África a falta de material de biossegurança foi o mais notório, situação que deixou pais e encarregados dse educação preocupados.
A professora Rosa Cadete, que considera lastimável a situação, avançou, no entanto, estarem preparados para o retorno das aulas.
“Apesar das dificuldades, os pais deixaram os seus filhos na escola”, disse.
Já para o encarregado de educação Domingos da Silva, a carência de material levou-o a não deixar o seu filho a escola.
Diferente da 1211, na escola 1218 há todas as condições criadas para o retorno das aulas.
Para o sub-director, José Diamantino, a instituição de ensino oferece segurança para os educandos e com um retorno de 100% dos alunos, com turnos sub-divididos em dois períodos para cada turma.
Huambo com boa “casa”
O retorno das aulas no ensino primário, na província do Huambo, está a ser marcado pela adesão massiva de alunos e professores, sob fortes medidas de biossegurança individuais e colectivas.
Neste primeiro dia, os professores aproveitam para posicionarem melhor os alunos nas turmas e explicarem como cada um deverá se comportar nesta fase do “novo normal”.
Nas entradas das escolas foram colocados baldes com água, sabão e guardanapos, para higienização constante das mãos, além de tapetes para desinfectar os calçados, ao passo que os alunos, alguns acompanhados pelos pais e encarregados de educação, muniram-se de máscaras faciais e álcool em gel como recomendam as medidas de protecção individual e colectiva.
Lunda Sul
Em algumas escolas de Saurimo, capital da Lunda Sul, os alunos, acompanhados pelos pais e encarregados de educação, apresentaram-se munidos dos itens de biossegurança (máscara e álcool em gel).
Nas escolas, logo a entrada, é visível à disposição de baldes de água, sabão e um segurança portador de termómetro para a medição da temperatura corporal dos utentes.
A propósito do retorno das aulas no ensino primário, em declarações à ANGOP, o director do Gabinete Provincial da Educação, Perfeito Candondolo, disse que haver condições mínimas de biossegurança, cabendo aos pais acompanhar os filhos para conhecerem o calendário lectivo.
Zaire com retorno seguro e em massa
O retorno às aulas nas classes de transição ( 1ª a 5ª classe) em Mbanza Kongo, província do Zaire, está a ser marcado pela forte afluência de alunos às escolas.
A presença de pais e encarregados de educação, acompanhando os educandos, faz, igualmente, parte do cenário registados em algumas escolas do ensino primário.
As turmas foram subdivididas em duas, com as aulas a serem ministradas das 07h às 09h30, no período matinal, ao passo que à tarde, das 12h50 às 14h20.
Bié com casa razoável
Alunos e professores do ensino primário da província do Bié afluíram em massa nas instituições escolares, no reinício das aulas.
As condições de biossegurança estão criadas, embora em número reduzido, constatou a ANGOP em várias escolas da cidade do Cuito.
Cuanza Sul
À semelhança de outras localidades do país, no Cuanza Sul os alunos responderam, positivamente, ao chamamento, marcando presença considerável nas escolas.
Em várias escolas notou-se a presença de alunos e encarregados de educação ávidos em saber os horários dos filhos e as medidas de biossegurança.
Em todas escolas vistoriadas pela ANGOP, estão instalados baldes, lavatórios e água corrente para a lavagem das mãos com sabão, distanciamento de carteiras e água com lixívia para desinfestação das salas.
Em declarações à ANGOP, o director Municipal da Educação do Sumbe, Elche de Almeida Tito, garantiu que as escolas sem água corrente serão abastecidas por caminhões cisternas pelas administrações municipais e os Serviços de Protecção Civil e Bombeiros.
Moxico
Com máscaras colocadas e alcool em gel na mão, os alunos fizeram-se presentes nas escolas da cidade do Luena (Moxico).
No Centro Educativo Maria Auxiliadora (CEMA), colocada à oeste do Luena, bairro Sinai Novo, a entrada do recinto escolar pertecente à Igreja Católica, os alunos são submetidos ao controlo da temperatura corporal, lavagem das mãos e organizados receberam explicações das medidas de prevenção tendentes a cortar a cadeia de transmissão do Sars-Cov-2, agente causal da pandemia da Covid-19.
O mesmo cenário foi obsrevado na escola nº 173, situada no bairro Aço, sul do Luena, e na escola primária Padre Perdo Leonardi, a norte do Luena.
Namibe
Depois de onze meses em casa, os petizes, acompanhados pelos pais e encarregados de educação, fizeram-se às instituições escolares para aprenderem o ABC.
Em algumas instituições no municipio de Moçâmedes nota-se a presença de crianças nas salas de aulas, recebendo conhecimentos formativos.
Nas salas de aulas, com um número de 18 alunos, os alunos capricham nas medidas de biossegurança (máscaras , alcool em gel, viseras).
Malanje
Cerca de 70 por cento dos alunos do ensino primário (1ª a 5ª classe) da cidade de Malanje marcaram prsença nas escolas, na manhã desta quarta-feira.
Durante uma ronda verificou-se a avidez dos petizes pelo regresso à escola, onde estão criadas as condições necessárias, tais como pontos de higienização das mãos e o necessário espaçamento entre os alunos, nas turmas, que estão subdivididos em dois grupos, com um tempo lectivo de duas horas e 30 minutos.
Alguns pais e encarregados de educação deixaram apenas para hoje a tarefa de conferir a “escala” dos seus educandos, mas garantiram levá-los à escola a partir de quinta-feira, tendo em conta o longo período que os mesmos estão sem aulas.
Cunene presente
As escolas do ensino primário da cidade de Ondjiva, província do Cunene, registaram, no primeiro dia do regresso às aulas, afluência considerável de alunos.
As escolas primárias dos Castilhos, 254 do Naipalala e 56 Pioneiro Zeca appresentam as cndições de biossegurança essenciais (baldes com água e sabão para a lavagem das mãos, álcool em gel e tapetes nas entradas das salas) para os professores e alunos desinfectarem os pés.
Uíge
Na cidade do Uíge, as escolas do ensino primário, como é o caso da Cor Maria, 68 e Infante Sagres, o primeiro dia de aulas é marcado com a transmissão de informações sobre o processo de ensino e aprendizagem.
Alunos, professores e encarregados de educação fizeram questão de marcar presença nas escolas, demonstrando estarem em condições para o retorno presencial das aulas.
Nos referidos estabelecimentos escolares foram instalados reservatórios de água (tambores e barris de 200 e mil litros), sabão e álcool em gel, para a higienização das mãos dos educandos.
Cuanza Norte
No Cuanza Norte, para além de levarem os alunos para às salas de aulas, pais e encarregados de educação aproveitaram para se inteirarem saberem as salas dos educandos, em função dos novos horários adaptados pelas escolas.
Na escola Sagrada Família, afecta a Igreja Católica, por exemplo, nota-se rigor na entrada dos alunos e na observância das normas de segurança, tendo os alunos, de cada sala, subdivididos em dois grupos de aula.
Já na escola primária nº 18 da Mahamba, constatou-se a instalação de um sistema de lavagem das mãos, onde todas as crianças efectuam a higienização.
Apesar dessas condições, o secretário do Simprof no Cuanza Norte, Domingos Francisco, precisou que o governo deve trabalhar mais para a melhoria das condições de biossegurança, tendo apoiado o reinício das aulas para não prejudicar o processo de assimilação e aprendizagem dos alunos.
Cabinda diz presente
As instituições escolares do ensino primário registaram hoje, quarta-feira, data que marca o reinício das aulas uma fraca presença de alunos.
Em breves declarações, a Angop, o secretário provincial da educação em Cabinda, Miguel Raul Mazissa Zinga, disse que, todas as escolas do ensino primário estão equipadas de medidas de biossegurança e prevenção a Covid-19 para garantir segurança as crianças.
Referiu ainda que para o sucesso da retoma das aulas, professores e membros de direcçao das escolas e comissões de pais de forma preambular, receberam formação dirigida onde aprofundaram conhecimentos sobre a vida dos alunos no ambiente escolar e das matérias ligadas com a protecção contra a Covid-19.
O regresso das aulas no ensino primário estava previsto para 26 de Outubro de 2020, tendo sido adiado, na altura, devido ao aumento de casos positivos no país.
No âmbito deste cronograma, elaborado pelo Governo, as aulas recomeçaram a 05 de Outubro, nas classes de transição (6.ª, 9.ª, 12.ª e 13.ª classes).
No ensino primário e I ciclo, as aulas têm a duração de 02h30, ao passo que no II ciclo do ensino secundário é de 03h30.
Para o presente ano lectivo, o Ministério da educação (MED) prevê realizarão provas de aferição, obedecendo o critério de 40 por cento de avaliação contínua e 60 por cento da prova especial, Adianta nas classes de transição (1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 7ª 8ª, 9ª, 10ª e 11ª).
Por seu turno, os alunos das classes de exames ( 6ª, 9ª, 12ª e 13ª classes) vão realizar prova única e especial para a avaliação das competências desenvolvidas ao longo do ano lectivo, obedecendo o critério de 40 por cento de avaliação contínua e 60 por cento da prova especial.
Dados disponíveis indicam que em Angola, para o presente ano lectivo, estão matriculados, no ensino geral, mais de 10 milhões de estudantes, 3.120.000 dos quais entraram pela primeira vez no sistema de ensino e aprendizagem.
No início do ano lectivo 2020, foram disponibilizadas 39.844 salas para o pré-escolar e ensino primário.
Para o ensino secundário geral, foram disponibilizadas 16.069 salas de aula para o I ciclo e 11.865 salas de aula para o II ciclo.
Nos três níveis de ensino, existem 167.032 salas de aula, permitindo o ingresso de mais de 3.120.000 novos alunos, acrescendo o número total 13.700.000 alunos matriculados no presente ano lectivo.
O ensino privado conta com duas mil instituições (primário, I e II ciclo do ensino secundário), dos quais 666 em Luanda. Estes contam com um milhão e 500 alunos matriculados.
O Sistema Nacional de Ensino conta com 210.674 mil professores.