Gambos – Oitenta alunos do magistério do ensino secundário Nº135 “Comandante Liberdade”, do Lubango, participaram, no fim-de-semana, de uma expedição de dois dias ao município dos Gambos, para tomar contacto com a sua história no processo de resistência anti-colonial no planalto da Huíla.
Trata-se de uma actividade enquadrada nas tarefas extra-escolares e que visou mostrar aos alunos os locais marcantes de grandes batalhas de resistência ao colonialismo português e promover encontros com as fontes orais que conhecem a história local.
Os discentes visitaram pontos turísticos e históricos como o Bunker dos Ex-militares e Árvore de Viriambundo e o hospital municipal, recentemente inaugurado, segundo o director da escola, Luís Jacinto.
Falando no final da actividade, Luís Jacinto destacou a importância dessas visitas de estudo no processo de ensino e da aprendizagem, pelo que com uma programação organizada é possível ir ao encontro da história de Angola, sobretudo aos locais onde se deram os factos.
Fez saber que os excursionistas ofereceram kits domésticos e bens alimentares para os idosos da circunscrição, num acto que considerou de “altruísta”.
O magistério do ensino secundário Nº135 “Comandante Liberdade”, situado na Centralidade da Quilemba, derivou do então Instituto Médio Normal da Educação, escola dedicada à formação de professores.
Enquadramento histórico dos Gambos
O município foi palco de importantes confrontos de resistência, como a designada “Batalha dos Gambos”, entre a autoridade colonial portuguesa e os sobas, mais precisamente em 1855 e 1856, quando o governador Costa Leal, enviou uma pequena força para instalar um forte, mas o novo soba de então tornou-se mais hostil.
De 1848 a 1849 houve outras tentativas de fixação militar na zona, que se traduziam em vestígios monumentais, na tentativa de ocupação das duas margens do Cunene e com isso penetrar no Cuanhama, mas até ao século XX a autoridade colonial na região continuava instável, devido a resistência. MS