Luanda – A primeira fase do projecto da Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande, província do Bengo, prevê um conjunto de infra-estruturas que vão contribuir com 1,5 a 2% no Produto Interno Bruto (PIB), nos próximos 10 anos, afirmou o secretário de Estado para a Aviação Civil, Marítima e Portuária, Emílio Londa.
A ser implementado numa área de 860 hectares, aproximadamente 16% da área total afecta à concessão outorgada, o projecto vai implicar um investimento de 600 milhões de dólares do Estado e USD 950 milhões de empresas privadas.
Intervindo, esta terça-feira, no encontro de apresentação da referida Zona Franca à classe empresarial, para atracção de investidores, referiu que tal contribuição ao PIB será obtido nas áreas de armazenagem, processamento alimentar, metalomecânica, montagem e pecas automóveis, painéis solares e energias alternativas, já em concurso público.
O referido concurso público por prévia qualificação foi lançado em Julho deste ano, pelo Executivo angolano, com vista a subconcessão de uma das partes das componentes desta primeira fase de construção da Zona Franca da Barra do Dande.
Entre concorrentes nacionais e estrangeiros, a submissão das propostas, com término previsto para 15 de Novembro, é para o terminal portuário, para a reserva nacional de cereais, refinaria de óleo alimentar e o parque de energias renováveis.
O conjunto de infra-estruturas para esta primeira fase, com término das obras previstas em 2027, vai permitir criar 21 mil novos postos de trabalho directos, segundo o secretário de Estado.
Para Emílio Londa, o Executivo tem em mãos dois desafios, nomeadamente de demonstrar a capacidade e resiliência em criar projectos estruturantes e de transformação do tecido empresarial, para atracção de conhecimento, tecnologia e capital e o de manter-se sempre no foco do desenvolvimento do capital humano.
Nesta senda, o projecto prevê um centro de inovação, formação técnico profissional e de desenvolvimento técnico.
Sob gestão da Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande, S.A, a Zona Franca visa assegurar a reserva estratégica de combustíveis adjacente ao terminal oceânico, que terá uma capacidade de armazenamento de 582 mil metros cúbicos de combustíveis, entre gasolina e gasóleo.
A Zona vai também assegurar a reserva estratégica e segurança alimentar, por via da construção de infra-estruturas para o armazenamento de produtos alimentares, incluindo os mais processados, desenvolvimento de pólos industriais e expansão de comércio livre e transição energética nacional.