Luanda - A empresa brasileira WestAves vai criar em Angola o primeiro banco genético de aves, para garantir a sustentabilidade do sistema de segurança alimentar no país, informou, segunda-feira, o presidente do Conselho de Administração da firma, Adilson Mognol.
Para o efeito, chegou ao país, neste mesmo dia, o primeiro lote de quatro mil pintos geneticamente modificados, no âmbito do reforço da cooperação entre Angola e o Brasil, ao abrigo de acordos subscritos entre o Presidente de Angola, João Lourenço, e do Brasil, Lula da Silva, em Agosto do ano passado, na capital angolana.
Em declarações à Imprensa, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o responsável fdisse que essas matrizes de pintainhos têm alta capacidade produtiva, podendo produzir 250 mil crias de corte e 250 poedeira/ano. E prevê, a curto tempo, conseguir mil matrizes/dia.
“Trouxemos um material genetico que estava avaliado em cerca de 2 milhões de reais, fora todo o investimento que foi ou será feito para fazer a produção deste material genético”, afirmou.
Numa iniciativa privada, referiu, em tempo oportuno poder-se-á estender o projecto às 18 províncias do país e, de certa forma, tornar Angola auto-suficiente na produção de frango e, futuramente, exportar.
“Esse projecto perspectiva gerar mais de quatro mil empregos directos. E ainda há os indirectos, pois esses investimentos geram grandes cadeias desde onde se vai produzir o frango, ovo, matriz, combustível, carregadores das aves ou ração, oficina mecânica, entre outros”, frisou.
Adilson Mognol considerou o acto como um marco, “não só para o Brasil, que é o primeiro país que exporta material genético, mas também para Angola, que tem forte probabilidade de se tornar num grande produtor e exportador de frango”.
Por seu turno, o secretario de Estado do Comércio, Amadeu Leitão, disse que o Governo de Angola vai continuar a criar mecanismos e incentivos adequados que encorajem e estimulem o investimento privado directo.
“O Governo angolano tem dado o devido apoio institucional, pelo que queremos enaltecer esta iniciativa, para a constituição do banco genético, tornando Angola no quarto pais no mundo com esse projecto. Portanto, é de louvar e temos que enaltecer essa iniciativa”, sublinhou.
Para a sustentabilidade da iniciativa, a WestAves instalou, num investimento de cerca de mil milhões de kwanzas, no município de Icolo e Bengo, província de Luanda, um aviário em vias de ser inaugurado.
Isso inclui a construção e operação de aviários, produção de ração para aves, de grãos (fundamentais para a produção de ração), transporte de pintos para os aviários, de frangos para os matadouros e unidades de processamento de corte.
"Surgirão rapidamente demandas para matadouros e frigoríficos a serem integrados ao nosso sistema de produção”, disse.
O presidente da Comissão Executiva da WestAves Angola, Valdir de Moura Júnior, disse que o aviário, projectado para produzir um milhão de frangos dentro de três anos, foi, em 2023, oficialmente autorizado pelo Estado angolano, que sinalizou de forma positiva a iniciativa.
"A nossa meta é que, em três anos, possamos ser capazes de produzir um milhão de frangos por dia, aves que vão ser disponibilizadas à venda vivas, congeladas, como frango inteiro e em cortes, atendendo à necessidade e cultura de consumo local”, afirmou.
A capacidade inicial de produção da primeira unidade, em Icolo e Bengo, é de 20 mil frangos por mês, mas está em construção a unidade Maria Teresa, uma estrutura projectada para produzir 100 mil frangos/mês, já no primeiro ano de actividade.
Pelo facto, o presidente da Comissão Executiva da WestAves Angola valoriza o investimento, por gerar inúmeras oportunidades de negócio para as empresas locais, pois fomenta o desenvolvimento da cadeia produtiva, que vai muito além do frango em si.ACS/MDS