Lobito - A visita de Joe Biden a Angola vai permitir dinamizar vários projectos emergentes no país, afirmou, esta terça-feira, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas.
Em entrevista à ANGOP, Celso Rosas disse acreditar que a vinda do Presidente norte-americano representa um marco importante nas relações bilaterais e que pode contribuir no fortalecimento das trocas comerciais com o país e a região.
"Sabemos que os grandes líderes mundiais não se deslocam para qualquer lugar sem um propósito relevante. Há uma grande expectativa por trás disso", assegurou.
"Estamos em querer que os distintos institutos americanos aconselharam o Presidente Biden a deslocar-se a Angola e a questão fundamental é o Corredor do Lobito", afirmou.
Segundo o PCA, o Corredor do Lobito representa, na geopolítica estratégica mundial, uma referência inquestionável, por ser nesta via em que se transportarão muitos minérios que as grandes potenciais, tal como os EUA, necessitam.
"Ao longo dos próximos anos, eles serão transportados a partir daqui para vários destinos, como os EUA, Europa, sem esquecer a Ásia", vaticinou.
Além disso, segundo o PCA, vai fomentar, em grande escala, as importações e exportações que vão gerar muita actividade comercial e se, eventualmente, surgirem novos projectos, vão ocupar uma certa parte da juventude com novos empregos.
"Estamos a promover uma série de acções a nível do Estado com vista à reconstrução nacional e consolidação do Corredor do Lobito, que é a principal via de desenvolvimento da região", frisou.
Celso Rosas fez menção às suas infra-estruturas como o Caminho de Ferro de Benguela, o Porto do Lobito, o Aeroporto Internacional da Catumbela e as plataformas logísticas.
"Haverá novas oportunidades de crescimento, tanto para Angola, como para os países encravados, com o fomento da actividade comercial", afirmou.
Sobre este aspecto, referiu-se sobre a construção do ramal ferroviário entre a província do Moxico e o interior da Zâmbia.
Para Celso Rosas, Angola é um país aberto ao mundo.
Em termos de oportunidades de investimento, apontou a disponibilidade de terrenos, factores múltiplos como agricultura, pescas e a indústria.
Questionado sobre as oportunidades para os empresários angolanos, disse que "a classe está ansiosa em tirar o maior proveito daquilo que são as relações que se pretendem, cada vez mais, com as grandes potências, em particular com os Estados Unidos".
"Os empresários nacionais estão atentos e acreditamos que vão fazer boas parcerias", disse confiante.
Em relação ao Porto do Lobito, disse que, tanto o Conselho de Administração como a comunidade de trabalhadores estão expectantes pelo facto de acolher, na província, o Presidente americano.
"Para nós, os portuários, é um motivo de grande satisfação receber o líder da principal potência mundial e acreditamos que esta visita vai impulsionar mais investimentos", considerou.
Sobre o Corredor do Lobito
O Corredor do Lobito é uma rota estratégica para a dinamização das potencialidades da diversificação económica da República de Angola. A linha férrea de Benguela percorre 1.344 quilómetros desde o porto do Lobito até ao Luau, província do Moxico, zona fronteiriça com a RDC.
O Corredor do Lobito atravessa quatro províncias angolanas, nomeadamente Benguela, Huambo, Bié e Moxico, ligando 40 por cento da população do país e potenciando investimentos de grande envergadura na agricultura e comércio.
Essas quatro províncias atravessadas pelo Corredor do Lobito são fundamentais para o desenvolvimento agrícola com cadeias de valor em cereais como o milho, soja, trigo e arroz, tubérculos, feijões, legumes e frutas.
O Corredor do Lobito é internacionalmente conhecido como a rota dos dois oceanos, dado que liga por terra o Atlântico e o Índico. Por conseguinte, é a principal rota alternativa para os mercados de exportação de países encravados como a Zâmbia e a RDC, pois que oferece uma rota mais curta para as principais regiões mineiras dos dois países encravados.
O Corredor do Lobito vai criar oportunidades para o desenvolvimento de pequenos negócios adjacentes ao transporte ferroviário e uma alternativa ferroviária competitiva face ao transporte rodoviário. TC/CRB