Lobito - O economisma Henrique Pascoal defendeu, esta quinta-feira, em Benguela, que a visita de Joe Biden e o interesse dos EUA em projectos como o Corredor do Lobito reflectem uma estratégia de maior presença em África.
Em declarações à ANGOP, Henrique Pascoal pontualizou a questão das infra-estruturas como uma das prioridades.
"A presença de Biden reforça o compromisso americano com o financiamento e a supervisão de projectos que promovam estabilidade e crescimento económico", afirmou.
Para o economista, isso pode atrair mais investidores e parceiros internacionais, promovendo maior confiança no projecto.
"É provável que a sua visita traga maior dinamismo e pressão para a implementação de projectos pendentes", considerou.
É de opinião que a entrada de capital privado americano também pode ser incentivada, além de um maior engajamento multilateral.
"A Europa também pode vir a adoptar uma abordagem complementar aos EUA, mas o envolvimento dependerá da capacidade de Angola e seus parceiros de mostrar viabilidade económica", sugeriu.
Na mesma senda, a directora do Instituto Superior Politécnico Lusíada de Benguela, Ana Duarte, disse que concorda que a vinda de Joe Biden pode influenciar a exploração do comércio, o desenvolvimento de infra-estruturas e acções no campo diplomático.
Augurou que o novo Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, possa prestar igual atenção a esse e outros projectos em curso no país.
"O Presidente Trump está mais preocupado com as questões internas do seu país e tem-se mostrado muito proteccionista" afirmou, dando como exemplo questões relacionadas com o ambiente, imigração e aplicação de taxas altas aos produtos importados.
No entanto, manifestou o desejo de que os projectos tenham o rumo desejado para o benefício do país e da região.
Em relação ao Corredor do Lobito, defendeu que devem ser feitos também avultados investimentos no que toca à transportação de passageiros.
Neste contrato, recordou, o Caminho de Ferro de Benguela responsabiliza-se pelo transporte de passageiros e cargas leves, enquanto que a LAR encarrega-se das cargas pesadas e manutenção das infra-estruturas.
A docente referiu que a realidade vem mostrando que a prioridade está no transporte de cargas pesadas e que no transporte de passageiros registam-se várias dificuldades", afirmou.
Na sua opinião, os angolanos utilizam este transporte por necessidade e não para turismo ou para lazer, daí haver necessidade de maior investimento, tal qual está-se a fazer na outra parte.
Para ela, é necessário pensar-se numa fórmula em que ambos serviços beneficiem a população em geral.
O Corredor do Lobito afirma-se como um dos principais eixos de circulação de matérias-primas, produtos e mercadorias, não apenas dentro dos principais países que atravessa por via do Caminho de Ferro de Benguela (CFB), nomeadamente Angola, Zâmbia e RD Congo.
Destaca-se também a conexão que estabelece com o mercado mundial através do Porto do Lobito, que assegura uma elevada percentagem do volume do comércio internacional de toda a sub-região. TC/CRB