Luanda – A comercialização de variedade de peixe permitiu a facturação de cerca de 92 milhões de kwanzas, no exercício económico 2022 da Empresa Distribuidora de Produtos de Pesca (Edipesca, UEE), um valor que representa apenas 10% da capacidade instalada desta instituição pública.
De acordo com o coordenador da comissão de gestão da Edipesca, Júlio Lopes, o actual volume de venda do pescado desta empresa está muito abaixo do alcançado em 2016, período em que se registou uma facturação anual superior a mil milhões de kwanzas.
Ao falar à imprensa, no final de uma visita de constatação da ministra das Pescas e Recursos Marinhos à Edipesca e à Empresa Portuária de Pesca de Angola (Pescangola, E.P), o responsável apontou a assinatura de contratos ou estabelecimento de parcerias com grandes armadores/operadores de captura do pescado como um dos meios para resgatar o volume de facturação anterior.
Neste sentido, o coordenador afirmou que a empresa precisa de ter parceiros que apoiam o fornecimento do pescado, com vista a abastecer o mercado nacional, com peixe fresco e congelado de qualidade e segurança alimentar.
“Pelo menos em Launda, já está na altura de se criar uma nova rede de distribuição de peixe fresco, para atender a demanda do mercado local a preço acessível para a população”, referiu.
Segundo Júlio Lopes, é necessário que se crie uma cadeia funcional entre os grandes armadores, grossistas e retalhistas, na qual a Edipesca identifica-se como um grande retalhista.
Adicionalmente, considerou a empresa como uma mais-valia que precisa ser recapitalizada ou financiada para cumprir com o seu objecto social, que assenta na distribuição e comercialização do pescado a nível da zona norte de Angola.
Com o suporte de uma instalação frigorífica, com capacidade de congelação de 30 toneladas/dia e conservação de 1 200 toneladas de peixe, a Edipesca existe no mercado angolano há mais de 39 anos.
Na ocasião, a ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen Neto, reconheceu que as instalações da Edipesca precisam de uma requalificação, tendo em conta o tempo e o grau avançado de degradação de algumas infra-estruturas.
A visita da delegação do departamento ministerial à Edipesca e à Pescangola, teve como objectivo avaliar o estado operacional do património pesqueiro do Estado, assim como aferir os reais benefícios que as infra-estruturas têm proporcionado aos operadores do segmento da pesca.
No mesmo âmbito, na última semana, a delegação do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos visitou, igualmente, as instalações das zonas pesqueiras dos Ramiros e da praia do “Buraco” (município de Belas), Cabo Ledo (município da Quissama), assim como do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP) e do Centro de Apoio à Pesca Artesanal (CAPA), ambos situados na Ilha de Luanda.QCB/AC.