TOTAL assume responsabilidade do derrame de petróleo na costa do Soyo

     Economia           
  • Cuanza Sul     Segunda, 02 Novembro De 2020    22h13  
Pormenor de uma bacia de exploração petrolífera on shore"
Pormenor de uma bacia de exploração petrolífera on shore"
JOÃO F. CUTI

Soyo - A petrolífera francesa Total assumiu hoje, sábado, autoria do vazamento de 35 metros cúbicos de petróleo bruto ocorrido no passado dia 22 de Outubro no bloco 32, que dista a cerca de 93 milhas da costa marítima do Soyo, província do Zaire, durante uma operação de carregamento do crude.

Numa nota de imprensa, a que Angop teve acesso, a empresa petrolífera garante que vários recursos humanos e logísticos foram mobilizados para as operações de dispersão, contenção e mitigação de possíveis danos ao ecossistema marinho.

De acordo com a operadora, esforços estão também a ser empreendidos para minimizar o eventual  impacto deste derrame nas comunidades e no meio ambiente, estando o acidente e suas consequências a merecer o devido acompanhamento por parte de especialistas da petrolífera.

De referir que técnicos dos ministérios da Cultura, Turismo e Ambiente, Recursos Minerais e Petróleos trabalham desde sexta-feira na localidade, para apurar a real situação no terreno.

Presente no país desde 1953, a petrolífera TOTAL foi a primeira empresa do ramo a operar em Angola, estando actualmente com uma produção diária de 600.000 barris de petróleo, o que representa cerca de 40 porcento da produção nacional.

Exerce as suas actividades nos blocos 16,17,17/06, 20/11, 21/09,32 e 48 e tem interesses participativos nos blocos 0, 14, Lianzi e Angola LNG.

Localidades costeiras ressentem-se com o derrame de petróleo

O impacto negativo do referido derrame de petróleo bruto começou a ser sentido pelos mil e 500 habitantes das aldeias costeiras de Cavugi, Kifuma e Impanga, no município do Soyo, cujas manchas atingiram o rio Nzombo, localizado nas proximidades onde a população retira água para o consumo domiciliar.

De acordo com o regedor da região, Sebastião Simba Nkengue, que falava à Angop, as manchas deste vazamento atingiram a aldeia de Tombe e a área do campo-8, onde estão localizados os poços de água utilizada pela população.

O soba receia riscos à saúde com o consumo desta água pelos aldeões que não têm outra fonte para a obtenção deste líquido, por isso solicitou a intervenção das autoridades administrativas locais para se evitar o pior.

Falou, ainda, dos prejuízos causados aos pescadores, pelo que apelou à petrolífera TOTAL ao bom senso, de modo a dar um tratamento adequado e rápido à situação causada.

Segundo disse, a solução deste problema deverá passar, também, pela indemnização pelos danos causados aos habitantes das localidades afectadas e aos pescadores.

Por sua vez, o responsável da cooperativa de pescadores do Kifuma, Pedro Josefina, revelou que um encontro preliminar, para a abordagem desta questão, foi já mantido com responsáveis locais da petrolífera TOTAL, que serviu também para avaliar os prejuízos causados e alistar as pessoas lesadas.

O pescador disse esperar que a operadora resolva a situação de limpeza do vazamento com a máxima urgência, uma vez que parte significativa da população da localidade sobrevive da pesca artesanal, salientando que as manchas do crude podem estender-se, a qualquer momento, a outras áreas, caso haja demora na sua remoção.

De referir que este derrame afectou também a costa marítima do Nzeto, outro município do Zaire localizado no litoral.

A província do Zaire tem uma costa marítima de 250 quilómetros, que compreende os municípios do Soyo, Nzeto e Tomboco, e teve o último derrame de petróleo em Fevereiro deste ano, na praia do Quinfuquena, também no Soyo.





Notícias de Interesse

Chefe de Estado deixa Seul 

Terça, 30 Abril De 2024   12h26

João Lourenço reúne-se com homólogo coreano

Terça, 30 Abril De 2024   08h36

PR recebe estudantes angolanos na Coreia

Segunda, 29 Abril De 2024   12h04

+