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Textang II projecta produção de algodão em grande escala

     Economia              
  • Luanda • Segunda, 13 Maio de 2024 | 21h47
Campo de algodão
Campo de algodão
Pedro Calombe

Luanda – A Textang II prevê, a partir de Janeiro de 2025, produzir algodão em grande escala, numa área de quatro a cinco mil hectares, com vista ao alcance da auto-suficiência desta matéria-prima no país e satisfazer as necessidades do mercado angolano, dentro de três ou quatro anos.

O facto foi anunciado, esta segunda-feira, em Luanda, pelo presidente do Conselho de Administração do grupo empresarial Alcaal, gestor da Textang II, Jorge Amaral, que considerou o alcance da respectiva meta como factor crucial para assegurar o funcionamento pleno da indústria têxtil em Angola.

Segundo o gestor, que falava durante o encontro entre o ministro da Indústria e Comércio e operadores do sector, a empresa está a fazer o ensaio da produção de sementes de algodão há três anos, na Baixa de Cassanje, em Malanje, para a concretização desse desafio.

A par do algodão, avançou que, ainda neste ano, a empresa vai começar a produzir a soda cáustica, uma matéria-prima também usada no fabrico de tecidos, facto que irá reforçar a competitividade à indústria têxtil nacional.

Na ocasião, sublinhou que, neste ano, a Textang gastou cerca 2,5 milhões de dólares norte-americanos na importação de matéria-prima para manter funcional a fábrica.

Quanto à operacionalização da unidade fabril, que conta com 250 trabalhadores, reiterou que a unidade fabril tem a capacidade para produzir 10 milhões de metros de tecido/ano, mas actualmente a sua produção está abaixo de 10% desta capacidade.

Perante esse cenário, apelou a necessidade do mercado interno unir-se em torno do tecido produzido no país, para que a fábrica seja cada vez mais competitiva e forte.

Por seu turno o ministro da Indústria e Comércio Rui Miguêns de Oliveira, recordou que o Estado angolano injectou investimentos significativos para a operacionalização da indústria têxtil no país, mas a actual produção ainda “não satisfaz o mercado interno”.

“Não estamos satisfeitos com o actual nível de incorporação do conteúdo local na indústria das confecções e a geração de rendimento, bem como a criação de oportunidades de emprego e de negócios do sector”, expressou.

Por isso, Rui Miguêns de Oliveira manifestou a necessidade de se aumentar a produção de algodão, por ser a base essencial para tornar funcional o sector industrial, e acelerar o fabrico de tecido nas unidades industriais já existentes.

Disse que, no âmbito da nova Pauta Aduaneira, o Governo criou as condições necessárias para que a indústria têxtil e de confecções pudessem ser protegidas em termos de impostos alfandegários, com o aumento das taxas sobre os produtos têxteis importados.

Essa medida, avançou, deve ser compensada com a aceleração da indústria têxtil e de confecções a nível nacional, para que o agravamento dos impostos possa traduzir-se numa maior empregabilidade e distribuição de rendimentos para o país.

O encontro entre o ministro da Indústria e Comércio e operadores deste sector visou reflectir-se em torno de temáticas relacionadas com as reais oportunidades existentes no sector têxtil do país.

Os desafios e perspectivas do mercado de confecções no país, à luz da entrada em vigor da nova Pauta Aduaneira, também dominaram o encontro, que contou com a participação da Associação das Indústrias Têxteis e Confecções de Angola (AITECA), Baobab, entre outros operadores.

Situada no município do Cazenga, em Luanda, a Textang II era um dos activos do Estado levado à privatização, no âmbito do Programa de Privatização (PROPRIV), iniciado em 2019. QCB/VC





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