Sustentabilidade alimentar precisa de 10 milhões de toneladas de grão/ano

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  • Luanda • Terça, 23 Julho de 2024 | 18h30
Produção de milho, na Huíla
Produção de milho, na Huíla
Morais Silva - ANGOP

Zango – O ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, afirmou, esta terça-feira, em Luanda, que o país vai começar a sentir os efeitos da sustentabilidade alimentar quando a sua produção atingir 10 milhões de toneladas de grão por ano.

Em declarações à imprensa, no primeiro dia da 39ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA 2024), que iniciou hoje, na Zona Económica Especial (ZEE), o governante referiu que, para se alcançar essa meta, a principal atenção do Executiva está virada para agricultura familiar, por ser uma actividade que contribui com mais de 90% do produto agrícola do país.

Sublinhou que essa produção está a dar rendimento às famílias, com o registo de uma produção média de três milhões e 500 toneladas de milho por ano, embora seja uma produção ainda abaixo das necessidades.

Para este ano, acrescentou, o país chegará a quatro milhões de toneladas ano, com a introdução também de algumas sementes geneticamente modificadas, reclamadas por alguns operadores.

Segundo o ministro, esse processo das sementes geneticamente modificado estão salvaguardadas por lei e há um órgão que vai controlar e garantir também o processo de investigação científica com outras instituições de investigação e universidades.

“Para garantir a segurança alimentar no país, todos os sectores estão a trabalhar e esta feira é uma amostra do que está sendo feito, mas o que se precisa é mais pessoas ou empresas integradas no sistema, para que em pouco tempo se atinja a tão almejada segurança alimentar”, afirmou.

Para o ministro, as políticas definidas pelo Governo são boas e a cada vez mais fica claro o papel do Estado e do sector privado, pois o país está a produzir quase tudo e em todas as partes do território.

De acordo com António Francisco de Assis, a produção passa pelo trigo, girassol, gergelim, milho, feijão, arroz, entre outros bens que ainda não chega para satisfazer a demanda.

Por seu turno, o secretário de Estado para Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Carreira, realçou que existe muitas plataformas logísticas no país para garantir a transportação dos produtos do campo para os mercados e para as indústrias, unindo o centro de produção para o de distribuição até ao consumidor final de forma mais eficiente.

Segundo o dirigente, o sector está a adequar algumas plataformas à dimensão da actual produção, para mitigar a escassez ou deficiência de escoamento de produtos nas zonas de produção para os grandes centros comerciais.

De acordo com o dirigente, está a ser feito um trabalho com os outros departamentos ministeriais para melhorar as vias de acesso de produção ao consumo, o aumento de rede dos caminhos-de-ferro, bem como adequar os transportes terrestres à demanda, para que o processo do transporte não fique muito a quem da produção.

A FILDA 2024 decorre até ao próximo domingo (28), sob o lema "Segurança alimentar e parceria internacional: O binómio da diversificação económica", numa organização conjunta Ministério da Indústria e Comércio e o grupo Eventos Arena.

O evento propicia o desenvolvimento de negócios e parcerias comerciais entre agentes económicos nacionais e internacionais, devendo promover o debate virado ao incentivo e fomento da produção nacional.

O certame tem programada a abordagem de temas actuais que permitirão agregar valor à dinâmica de percepção da realidade, desafios e oportunidades da angro-indústria, as cadeias de logística e certificação, instrumentos financeiros de apoio ao investimento, turismo e a promoção da cultura de qualidade para o fomento e a internacionalização da produção nacional. DP/QCB





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