Luanda – Os operadores das Grandes Superfícies Comerciais apontaram esta segunda-feira, em Luanda, a necessidade da regularidade da produção em “grande escala” dos produtos nacionais, para se impulsionar o consumo “Made in Angola” e reduzir os níveis de importação.
No encontro com o grupo “Sete” sob orientação do secretário de Estado para Economia, Ivan dos Santos, os empresários manifestaram preocupação sobre a capacidade da produção regular e com qualidade comercial, tendo em conta a demanda do mercado nacional.
Fazem parte do grupo “Sete”, o Kero, Alimenta Angola, Candando, Angoalissar, Shoprite, Maxi, Casa Nossa e a Angomarte.
Os gestores desta cadeia de distribuição alimentar dizem ser necessário que se encontrem mecanismos que permitam a entrega dos produtos nacionais às superfícies comerciais de forma atempada, pelos próprios produtores.
Por outro lado, apontam que o custo de produção nacional afecta o preço final, colocando na balança a aquisição do “Made in Angola” ou a compra de produtos em outras geografias a preços mais baixos.
Por isso, apelam ao Executivo angolano medidas concretas, critérios e outros incentivos para que se consiga atingir os objectivos traçados.
Operadores exibem produtos nacionais
Apesar dos constrangimentos, muitos operadores comerciais já recorrem aos mais variados produtos “Feitos em Angola” para abastecerem as suas superfícies comerciais.
No encontro, os empresários manifestaram total apoio à produção e à economia nacional, bem como a redução das importações.
Joana Fonseca, representante da Angoalissar (do Grupo Webcor), afirmou que o grupo está a apostar nos bens alimentares e em outros produtos nacionais.
Mas, lamenta a morosidade para adquirir o “Selo Feito em Angola”, uma vez que traz consigo vários benefícios.
Já Daniel dos Santos, director de compras da Shoprite, avançou que o estabelecimento já faz uso de cerca de 70% dos bens alimentares de produção nacional.
“ Anteriormente, cerca de 80 % da nossa rede desses bens alimentares era importada. Hoje, o quadro é diferente”, revelou o gestor que observa evolução no mercado interno, além da presença de investidores africanos neste segmento em Angola.
Por sua vez, o administrador do grupo Casa Nova, Amin Herji, considerou o encontro como uma oportunidade para envolver as Grandes Superfícies Comerciais para o desafio “Feito em Angola”.
Amin Herji acredita que este encontro deverá produzir efeitos rápidos, particularmente nos constrangimentos que os operadores enfrentam na aquisição da produção nacional.
O também grande distribuidor da cadeia alimentar no país, Alimenta Angola, representado no encontro pelo seu director-geral, Ronaldo Oliveira, disse que a marca “Feito em Angola” já faz parte da estratégia da empresa.
Este encontro foi promovido pelo Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), no quadro da dinamização, estímulo à economia e do acesso ao Serviço Feito em Angola (SFA).
No quadro desta iniciativa, as unidades estatais e orçamentadas foram orientadas, a partir de Janeiro de 2024, a comprar os produtos com “Selo Feito em Angola".
O Serviço Feito em Angola (SFA) é mais um instrumento do Executivo coordenado pelo Ministério da Economia e Planeamento e operacionalizado pelo INAPEM, com vista a complementar os programas de apoio à produção nacional. OPF/NE