Luanda - O Plano de reestruturação da Sonangol, que já consumiu mais de dois anos (25 meses) de implementação, permitiu a redução de empresas sob sua tutela, passando de um total de 21 para seis unidades, estando agora na fase de optimização da sua estrutura.
(Por Custódia Sinela)
No quadro dessa “reforma”, a petrolífera nacional tornou-se mais “pequena”, estando com olhos fixos no seu verdadeiro “core business”, ou seja, na materialização da sua visão, de ser uma empresa de referência no continente africano e comprometida com a sustentabilidade.
Tal processo fez com que 18 subsidiárias passassem para cinco unidades e dessem origem à criação de uma “Holding” (sociedade gestora de participações sociais) que passa a comportar algumas unidades não nucleares, como por exemplo, a Sonair a clínica Girasol, entre outras.
As unidades ora criadas, segundo fonte da Angop junto da Sonangol, são designadamente as de negócios de “Exploração e Produção”, de “Refinação e Petroquímica”, de “Distribuição e Comercialização”, de “Gás e Energias Renováveis” e a “Trading and Shipping” (comércio e expedição).
No quadro do processo da reestruturação, algumas subsidiárias fundiram-se e outras foram mesmo extintas, sem pôr em risco as operações.
Sobre esse assunto e em fase de privatização, recentemente, o director de Planeamento e Controlo de Gestão da Sonangol, Edilson Pongolola, disse à Rádio Nacional de Angola, que o Plano de regeneração da Sonangol está a cumprir com toda a etapa definida inicialmente.
Essa reestruturação consistiu/consiste na sua transformação, com foco na competitividade dos negócios, na rentabilidade dos activos, na cadeia de valores de petróleo e gás, em conformidade com os padrões internacionais de qualidade, salvaguardando a saúde, segurança e ambiente.
Numa outra entrevista, a 23 de Janeiro, ao Diário de Notícias, o presidente da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, referiu ter-se consumada a separação formal da função de concessionária e transformado a empresa num grupo de cinco unidades de negócios e numa outra que consolida os negócios não-nucleares.
Sebastião Gaspar Martins disse que o objectivo é optimizar processos e reduzir a exposição financeira, a influência do sector empresarial público na economia e aceder às receitas complementares para o financiamento contínuo da reestruturação empresarial.
O gestor explicou que a Sonangol deu início à privatização e à alienação de interesses em diversas empresas, num total de 56 activos, por via de um processo que vai prosseguir até 2022, aliado à nova macroestrutura, com vista a tornar a empresa mais robusta e ágil.
Nesta senda, assegurou a actualização do modelo de carreira, desenvolvimento de competências, após identificadas iniciativas para a optimização, capacitação e rejuvenescimento do quadro de pessoal, enquanto força motriz para a continuidade dos negócios da petrolífera.
Relançamento da exploração
Com vista ao aumento de Direitos Líquidos, estão previstos para este ano de 2021, de acordo com Sebastião Martins, o relançamento da actividade de exploração e produção em diversos blocos petrolíferos: 3/05, 3/05A, 5/06, Kon4, além dos blocos 20 e 21, juntamente com a TOTAL.
(…..) Para até 2027, a meta é, acima de tudo, aumentar a capacidade de produção operada de petróleo bruto, com uma previsão não inferior a 10% da produção nacional, em vez das actuais de 2%, e investimentos em diversos blocos petrolíferos, como os acima referidos.
Entre outras acções programadas, a Sonangol tem por optimizar e modernizar a Refinaria de Luanda e assegurar o aumento da capacidade de refinação, com investimentos em novas unidades de refinação, para o propósito de inverter o quadro de importação de combustíveis.
O que a petrolífera nacional quer, de acordo com o seu PCA, é consolidar a sua posição como “player” de referência no segmento de Shipping na região, bem como de Trading de petróleo bruto e produtos refinados no mercado internacional, alavancando, desta feita, fontes adicionais de receitas em divisas.
De igual modo, a concessionária nacional pretende aumentar a rentabilidade e capacidade de armazenagem em terra, em substituição da flutuante, bem como a competência na distribuição de Gás Natural Liquifeito( LNG) e investir em projectos de energias renováveis.