Luanda - A Sonangol e a petrolífera italiana ENI assinaram, esta quinta-feira, um memorando de cooperação para os estudos de uma biorefinaria - unidade industrial que integra equipamento e processos de conversão de biomassa na produção de combustíveis, electricidade, calor e derivados refinados.
O memorando foi assinado antes da inauguração do novo Complexo de Produção de Gasolina da Refinaria de Luanda, que vai aumentar a capacidade de produção da refinaria quatro vezes mais, saindo de 395 mil litros/dia para um milhão e 580 litros.
Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração Sonangol, Sebastião Martins, fez saber que serão iniciados os estudos e chegar às estimativas do verdadeiro valor da biorefinaria, numa altura em que estão a ser feitos os trabalhos preliminares para dar seguimento.
Em relação ao novo Complexo de Produção de Gasolina da Refinaria de Luanda, Sebastião Martins destacou o facto da redução da emissão de gás, numa vertente de responsabilidade com o ambiente e transição
“Incorporamos iniciativas que visaram a redução de emissão de gás com efeito estufa, assim, reduzimos em 70% o uso de fuel oil (Óleo combustível) nas fornalhas para produção de vapor em vez de nafta para geração de 10 Megawatts de energia eléctrica e passamos a usar parte do hidrogénio produzido na refinaria, além de aumentarmos a produção de LPG para o nosso consumo interno”, explicou.
Por sua vez, o director-geral da divisão dos Recursos Naturais da ENI, Guido Brusco, disse que o memorando é um instrumento que demonstra que a ENI continuará a implementar o acordo de cooperação.
Guido Brusco destacou as iniciativas sustentáveis do projecto, tais como a reabilitação do ciclo combinado que será alimentado pelo gás hidrogénio produzido pela nova unidade.
Quanto ao novo complexo, Guido Brusco disse que os trabalhos envolveram, diariamente, pelo menos 700 pessoas e quatro milhões de horas de trabalho e sem acidente, desde o arranque das obras, “representando um excelente desempenho em termos de salvaguarda de saúde e segurança no local de trabalho, tendo em conta que a refinaria tradicional foi mantida em funcionamento durante toda fase de construção”.
Guido Brusco afirmou que a Sonangol pode contar sempre com o empenho ENI para apoiar esforços de expansão e modernização, incluindo a possível evolução para uma refinaria verde como parte de desarborização do país.
Dados oficiais indicam que a petrolífera italiana ENI prevê investir até 150 milhões de dólares, nos próximos anos, num projecto para a produção de biocombustíveis em Angola.
O anúncio foi feito em 2021, em Luanda, pelo presidente da companhia, Claudio Descalzi, depois de ser recebido, em audiência, pelo Chefe de Estado, João Lourenço.
A audiência serviu para informar o Presidente da República sobre o referido projecto, que vai absorver mais de 150 hectares de terra em várias partes do país.