Luanda - A Sociedade Nacional de Combustiveis de Angola (Sonangol) viu-se obrigada a alienar, à Trafigura, a sua participação de 31,9% que detinha na Puma Energy, devido à exigência desta, do aumento de capital, justificou o seu director de Comunicação, Marca e Responsabilidade Social, Dionísio Rocha.
Reagindo a publicações e interpretações de alguns órgãos de comunicação social, em torno da venda da sua participação nessa empresa, por 600 milhões de dólares, a Sonangol refere que teve assim de agir, sob pena de a sua posição ser diluída, achando, pois, oportuna a sua alienação.
De acordo com o responsável, uma das razões da “cedência” dos activos foi a materialização da estratégia de alienação para a optimização do portfólio da empresa, em cumprimento do Programa de Privatizações (Propriv), em curso.
"Face à exigência de aumento de capital da Puma Energy, a Sonangol viu-se obrigada a agir, sob pena de a sua posição ser diluída, e achou oportuno alienar a sua participação a favor do acionista maioritário, a Trafigura", explicou Dionísio Rocha, em declarações à ANGOP.
Com base em avaliações externas realizadas por empresas independentes, como a Jefferies International Limited, o responsável acrescenta que a participação da Sonangol ficou, após negociação entre as partes, estabelecida em 600 USD milhões, montante que decidiu alienar e adquirir activos estratégicos.
Entre os activos estratégicos constam 293,700 m3 de armazenagem, no porto pesqueiro da Baía de Luanda (um terminal novo e moderno, com capacidade para recepção e expedição em simultâneo), a aquisição de um parque de armazenamento em Malange, terminais aeroportuários em Luanda, Catumbela, no Cunene e Lubango.
Foram ainda adquiridas a empresa Angobetumes (fábrica de betume), localizada em Benguela, e 79 postos de abastecimento de combustíveis
Segundo a Sonangol, a aquisição destes activos estratégicos configura benefícios como a “stocagem” total - em terra - do combustível, o que dispensa a necessidade de estocagem no mar, mais segurança e menos custos operacionais.
A redução no esforço de construção de postos de abastecimento e maior distribuição dos postos de combustíveis pelo país, são igualmente, entre outros, benefícios apontados pelo director de Comunicação, Marca e Responsabilidade Social, Dionísio Rocha.
Em termos de benefícios de operação, a petrolífera nacional assegura, neste âmbito, dar segmento à estratégia de alienação dos activos do seu portfólio, definida pelo Propriv, bem como evitar a diluição da posição da Sonangol na Puma Energy, a transação sem fluxos financeiros e a aquisição de activos estratégicos.
Outra questão levantada, por alguns órgãos da Comunicação Social em torno da referida alienação foi sobre a empresa TONSA.
A esse respeito, Dionísio Rocha explicou que a TONSA resulta de uma parceria entre a Sonangol e a Total, que, juntas constituíram esta “joint venture”, com o objectivo de a petrolífera trazer um parceiro de referência internacional, para elevar os seus padrões.
Nesta “Joint venture” (empreendimento conjunto), esclarece o responsável, a Total entrou com o capital e a Sonangol com os postos de abastecimento.
"Todo o negócio, naturalmente, tem custos e tem receitas. Mas o mais importante é que, a Sonangol por absorver as bombas de combustíveis, não vai gerir as mesmas, encontrando um meio termo, com a possibilidade de ter uma gestão independente, visto serem activos em funcionamento", avança.
Acrescenta que a gestão da Pumangol vai-se manter independente, com os mesmos padrões que os vigentes, pautando-se sempre pela salvaguarda dos postos de trabalho existentes.
“A conclusão do processo de venda das acções da Sonangol na Puma Energy à Trafigura, e subsequentes compra da Pumangol, terá a duração de entre seis a oito meses. As Partes acordaram um período de transição de um ano para a substituição da logo marca da Pumangol”, rematou o dirigente.