Solução da captação de água do rio Cunene para o Lubango "é cara"

     Economia           
  • Huíla     Domingo, 09 Julho De 2023    16h07  
Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges
Ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges
Amélia Oliveira - ANGOP

Lubango – O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, descartou, para já, a implementação de um projecto de captação de água a partir do rio Cunene, no município da Matala (180 km) para o Lubango, por ser caro.

O ministro que dava explicações nesge fim-de-semana no final do programa de combate à seca na Huíla, na qual fazem parte os municípios do Lubango, Chibia e dos Gambos, afirmou que a captação de água no rio Cunene é uma solução estudada há alguns anos e obtiveram propostas boas, mas ainda não é viável no momento.

Justificou que não se avançou porque a solução em si é uma ainda é cara para a população que existe, pois ela terá de prever a construção da captação de água na Matala, depois aquedutos ou condutas que vão levar o líquido para o Lubango, numa distância de pelo menos 180 quilómetros.

Explicou que esta água para chegar no Lubango tem de ser bombeada em vários pontos, o que torna a solução ainda mais onerosa, porque a diferença de altitude entre os dois municípios é “grande” e para se ultrapassar essa barreira da gravidade, o investimento nas bombagens é alto.

Para o responsável, é uma solução que se justificaria se o Lubango já tivesse três milhões de habitantes, pois agora tem apenas mais de um milhão, pelo que é um projecto que a longo prazo vai ser desenvolvido.

Referiu que o orçamento deste rondava aos 700 milhões de dólares, só trazer água até o Lubango, depois era preciso fazer reservatórios, redes de distribuição entre outros equipamentos iria ficar por habitante, uma solução muito cara.

Salientou que daí que com as fontes de água ainda existentes, estudos foram feitos e é possível uma solução menos cara nesta atura para resolver o problema de segurança hídrica no Lubango, mas a dissolução da Matala não está afastada.

Frisou que o problema de água na Huíla é premente, tem de ter soluções a curto prazo, um desafio do país, mas precisa-se mobilizar financiamentos e empresas capazes. 

Chipindo e Quipungo com financiamento aprovados para projectos de água 

João Baptista Borges referiu os financiamentos já foram aprovados, totalizando os dois projectos perto de 70 milhões de dólares e preveem que possa ser iniciado ainda este ano, não obstante desta situação, continuam a buscar outros financiamentos para todas as sedes municipais, pois o sector das águas requer maior atenção do Executivo.

Adiantou ainda que para Caconda encontraram recentemente uma solução de financiamento para um sistema de abastecimento, um projecto de perto de 46 milhões de dólares e auguram começar a construir rapidamente e depois têm de fazer cinergias para Chicomba, Cuvango, Qulengues, Caluquembe, entre outros.

Anunciou a aprovação pelo Banco Mundial de um financiamento para um projecto de Resiliência Climática e Segurança Hídrica em Angola “RECLIMA”, a ser implementado nos próximos tempos, dentro do qual vão reabilitar as barragens das Neves e a do Sendi que também armazenam água para a segurança hídrica da região.

A água é fundamental para a vida e o desenvolvimento. É preciso mobilizar recursos, um trabalho em curso. A grande filosofia destas obras é juntar a água superficial com a subterrânea. 

Huíla com projecto de electrificação solar para beneficiar mais de 800 mil habitantes

Mesmo sem avançar o valor do financiamento, nem horizonte temporal para execução da iniciativa, o ministro afirmou ser financiamento da Ecobank, dos Estados Unidos da América e foram feitos levantamentos, na Huíla estão a prever a construção de 15 mil redes.

A rede composta por sistemas e painéis solares com baterias e rede de distribuição que vão cobrir 15 localidades da província, com destaque para as sedes municipais de Quilengues, Caluquembe, Caconda, Chipindo,Chicomba, Cuvango, Matala, Quipungo, Gambos, Chiange, Hoque e Cassinga.

A rede, segundo o ministro vai permitir 14 mil e 400 ligações domiciliares a partir da mesma beneficiar 869 mil habitantes, um projecto que está em negociação entre o Ministério das Finanças e a entidade financiadora para assinatura do acordo. 

A visita do ministro à Huíla serviu para constatar as obras do aproveitamento hidroeclétrico da Matala, apresentação e ascultação do programa de combate à seca na Huíla, assim como o lançamento dos projectos de reforço de abastecimento de água nos municípios da Humpata e Chibia. EM/MS

 





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