SNEBA quer profissionais mais comprometidos com sector bancário

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  • Luanda • Quarta, 14 Agosto de 2024 | 18h36
Bancos comerciais
Bancos comerciais
Pedro Parente-ANGOP

Luanda - O Sindicato Nacional dos Empregados Bancários de Angola (SNEBA) advoga a necessidade de os profissionais do sector estarem mais comprometidos com as normas de conduta, para que a banca angolana alcance patamares de desenvolvimento cimeiro a nível mundial.

A posição foi expressa esta quarta-feira, em Luanda, pelo presidente do sindicato, Filipe Segunda, no acto de abertura da jornada dedicada ao Dia do Trabalhador Bancário (14 de Agosto), que se assinala hoje.

Em declarações à ANGOP, o sindicalista manifestou igualmente a necessidade de se ter profissionais que “abracem” a actividade bancária como uma prática de responsabilidade, cujos recursos alheios são colocados ao banco para ajudar no desenvolvimento social e económico de uma sociedade.

“Isto pressupõe que os trabalhadores devem ser educados, disciplinados e descomprometidos e não aqueles que veem o sector bancário como uma oportunidade para resolver os seus problemas pessoais, pois trabalhar com dinheiro requer sempre uma conduta responsável para evitar situações anormais”, justificou.

Reconheceu ser preciso muito tempo, experiência, formação constante para que os bancos possam responder cabalmente com as exigências dos clientes e se tornem instituições de relevo.

Por outro lado, considerou que para que a banca se torne robusta é preciso ser rentável, pressupondo conceder créditos e ter o reembolso, uma situação pouco comum no país.

“Quando há essa entrada e saída os bancos crescem, mas o que nós vemos nos nossos cidadãos é que habilitam-se ao financiamento bancário e não fazem o retorno, o que acaba por tirar a capacidade aos bancos de voltar e dar mais oportunidades aos outros agentes económicos ou pessoas singulares”, lamentou.

Na ocasião, a vice-governadora do Banco Nacional de Angola (BNA), Maria de Fontes Pereira, destacou o crescimento sólido e o dinamismo crescente do sector bancário nacional na realização da actividade de intermediação financeira.

Tais serviços, acrescentou, têm criado soluções, produtos e serviços financeiros sob critérios de segurança e eficiência, capazes reforçar a confiança na guarda de poupanças e garantia de apoio no financiamento de iniciativas de investimento e desenvolvimento económico e social do país.

Histórico da banca angolana

A instalação do primeiro estabelecimento bancário em Angola remonta ao mês de Agosto de 1865, com uma sucursal do Banco Nacional Ultramarino que, além de exercer funções de banca comercial, era o emissor das notas que circulavam na então colónia portuguesa.

Em 14 de Agosto de 1926 foi criado o Banco de Angola, instituição que, à semelhança do seu antecessor Banco Nacional Ultramarino, detinha o monopólio da emissão das notas de banco, sendo que, em 1956, surgiu o primeiro banco comercial, designado Banco Comercial de Angola (BCA).

Dez anos mais tarde, já depois do início da luta de libertação nacional, começaram a surgir outras instituições de crédito, perfazendo cinco o número de bancos comerciais, todos sucursais ou filiais de bancos portugueses.

Após a revolução do 25 de Abril, o Governo português nacionalizou os bancos e, assim, passou a deter a maioria do capital dos bancos em Angola, nunca tendo sido concluído o processo de passagem das acções para o então Governo de Transição de Angola.

A partir do segundo trimestre de 1975, com o avizinhar da data da Independência Nacional e o agudizar dos confrontos militares, começou a verificar-se uma grave crise económica com fortes reflexos nos bancos (redução drástica dos depósitos, encerramento de agências, crescimento descontrolado do crédito mal parado e fuga de capitais para o exterior, associada à saída massiva de trabalhadores qualificados).

Assistindo-se ao alastrar de uma grave crise de falta de controlo e de liquidez em todas as instituições, que conduziria o rápido e total desmoronamento do sistema financeiro, os funcionários bancários nacionais tiveram de intervir para resgatar o poder financeiro do jugo colonial.

O trabalho abnegado e exaustivo levado a cabo pelos trabalhadores bancários foi determinante para o sucesso da intervenção, que correu de forma célere e exemplar, sendo um marco histórico da banca em Angola.

A acção levada a cabo a 14 de Agosto de 1975 foi decisiva para que Angola entrasse no concerto das nações com um sistema financeiro a funcionar, apesar de muitas debilidades registadas na altura. CPM/VC

 



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