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Sistemas de pagamentos alternativos devem priorizar população não bancarizada

     Economia              
  • Luanda • Quinta, 15 Dezembro de 2022 | 21h07
Administrador do BNA, Pedro Castro e Silva
Administrador do BNA, Pedro Castro e Silva
Pedro Parente

Luanda - O administrador do Banco Nacional de Angola (BNA), Pedro Castro e Silva, aconselhou os promotores de soluções de pagamentos alternativos à banca tradicional a consolidar a expansão desse tipo de serviços à população não bancarizada.

Pedro Castro e Silva, que foi nomeado  a vice-governador do BNA, manifestou essa posição, tendo em conta que a população bancarizada já usa os instrumentos disponibilizados pelos bancos locais que são móveis, como é o caso do cartão Multicaixa e das soluções mobile banking.

A título de exemplo de serviços alternativos, citou as startups -aplicativos de transportes, ou ainda as “mobile money” (pagamento móvel), no âmbito da inclusão e digitalização financeira.

Referiu que, além das soluções de pagamentos alternativos lançadas pelos bancos tradicionais, há também 16  sociedades prestadoras de serviços de pagamentos - uma boa parte delas a oferecer serviços de carteira móvel, incluindo duas empresas de telecomunicações - o que eleva a inclusão financeira.

Considerou as solução fundamentais para que se possa, de facto, cumprir o seu papel e aumentar a inclusão financeira em Angola, sendo o modelo de negócio e a interoperabilidade.

Salientou que as sociedades que usam esse tipo de soluções, por serem mais ágeis, rapidamente captam clientes, sendo que uma delas, com base no número de clientes, já é maior que a maioria dos bancos comerciais licenciados pelo BNA.

Sugeriu que devem ser priorizadas as transferências de pessoa para pessoa, à semelhança do que aconteceu nos outros mercados, uma vez que grande parte das operações económicas nacionais  é informal e os agentes que aí operam são indivíduos.

Por outro lado, adiantou que está em curso o desenvolvimento da plataforma quick, sistema de serviços de transferências instantâneas, que vai garantir a interoperabilidade entre as várias soluções do Mobile Money.

Em relação à interoperabilidade, disse que provou ser crítico para o serviço de mobile money em outros países africanos e, por isso, vai se procurar acelerar o processo de adesão dos participantes a esta plataforma.

O gestor frisou também que inclusão financeira deve ser para a população e elevar a igualdade de oportunidades ao acesso a dinheiro físico, bem como serviços de poupança, depósito, transferências, crédito e outros.

Realçou, por outro lado, que a defesa da concorrência é uma necessidade premente e transversal de todas as áreas da economia, sendo que no sistema bancário e financeiro facilita a inclusão dos actores económicos da sociedade elevando o crescimento.

O administrador Pedro Castro e Silva fez essas declarações durante a III Conferência anual sobre a concorrência e regulação económica, que decorreu sob o lema ”A defesa da concorrência como factor de crescimento económico”.

A conferência foi realizada pela Autoridade Regulado da Concorrência (ARC).

 

 





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