Luanda - Angola espera por maus resultados financeiros no sector dos diamantes este ano, porque não se está a vender a produção como devia, afirmou hoje o presidente do Conselho de Administração da Endiama, José Ganga Júnior.
A causa, segundo o gestor da Endiama, tem a ver com o facto de a India - principal mercado que hoje recebe mais de 90% da produção de Angola, encerrar a compra de diamantes. “Não recebe diamantes de parte nenhuma até dia 15 de Dezembro de 2023”, sublinhou Ganga Júnior.
“Estamos a produzir, não paramos, mas não estamos a vender conforme devíamos. Ainda assim temos que ser resilientes e aguentar, por isso é que este ano os resultados não vão ser muito bons”, afirmou o responsável, sublinhado que as empresas estão com dificuldades neste momento.
Além da India, o PCA informou que os diamantes de Angola também são vendidos a Dubai e Bélgica.
Actualmente, operam no mercado angolano 16 empresas ligadas à exploração de diamantes e cerca de 41 projectos em prospecção.
José Ganga Júnior deu essa notícia, à margem do workshop conjunto entre a Endiama -E.P e o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN) para utilização dos serviços de comunicação do satélite ANGOSAT-2, realizado hoje em Luanda.
No workshop destinado à empresa mineiras, foi apresentado uma tecnologia espacial designada TECH-MINAS, que oferece soluções à indústria mineira, na localização de minerais com precisão, gerar alertas e monitorar a actividade das indústrias.
“No passado algumas empresas tinham que subcontratar serviços do exterior, para obter informações geológicas”, disse o presidente, realçando que nesse momento pode- se obter dados geológicos no país e pagar em moeda nacional – o Kwanza, masi barato e sem necessidade moeda estrangeira.
Sublinhou que a Endiama já a está a utilizar o TECH-MINAS em seus projectos mineiros como Sacamanda e Luachimbo.
Quanto à satisfação, disse que da parte da Endiama cobre 100% as necessidades, “por isso é uma ferramenta importante para as economias e no sentido de sermos mais eficazes. Estarmos a transmitir esses conhecimentos a todas empresas mineiras no sentido de avaliarem e também utilizarem, uma vez que está disponível”, disse a fonte.
Questionado sobre a situação do garimpo no país, disse que tem que ser combatido e essa a ferramenta permite, mesmo a partir de um gabinete, ver onde há garimpo, sua incidência, e o seu combate. “É um dos objectivos também utilizá-la nesse domínio”, referiu.
Afirmou que o garimpo traz prejuízos às empresas e à concessionária, pois é horrível e deve ser combatido.
Sobre o dinheiro envolvido no tráfico de garimpo, disse que ainda é grande e significativo, mas não consegue quantificá-lo com exactidão.
A Endiama E.P. é uma empresa nacional, fundada a 15 de Janeiro de 1981, vocacionada para prospecção, exploração e comercialização de diamantes.PPA