Talatona – Pelo menos 1.5 triliões de kwanzas, o equivalente a 3.1 mil milhões de dólares, é o valor disponibilizado pelo Executivo para o quinquénio 2023/2027, com vista alavancar os sectores da Pecuária, Pescas e o plano agrário.
Esta informação foi avançada hoje, quinta-feira, à imprensa, pelo ministro da Economia e do Planeamento, Mário Augusto Caetano, à margem de uma mesa redonda sobre o desenvolvimento de Angola, tendo salientado que se prevê um crescimento na ordem dos 4.6 por cento no sector não petrolífero.
Disse que para a economia angolana crescer deve haver uma desaceleração no sector não petrolífero de cerca de 0,1 a 1 por cento.
Segundo o ministro, a diminuição do crescimento neste sector não significa o desacelerar do investimento na economia, mas sim o acelerar da diversificação noutros sectores quase adormecidos.
Informou que o Banco de Desenvolvimento de Angola vai desembolsar 300 milhões de dólares para a pesca e a pecuária e o sector privado contará com igual número para ajudar na variação do sector económico.
Indagado sobre o porquê do investimento no sector petrolífero ser pouco ambicioso numa altura em que há novas explorações e um crescimento no sector do gás, respondeu que quanto menor for a contribuição do sector petrolífero na equação total, menor será reflectido na economia.
Mário Augusto Caetano explicou que a contribuição do sector petrolífero no Produto Interno Bruto é de 27 por cento, e uma queda de dois dígitos será incipiente, uma vez que os outros sectores representam apenas dois por cento.
Afirmou que a meta do Executivo é de ver Angola como um dos maiores produtores agrícolas em África, devido às vantagens comparativas que vão desde a baixa densidade populacional, a terras aráveis, recursos hídricos que representam cerca de cinco por cento e as propícias situações climatéricas.
“Em cinco anos, podemos estar na lista dos principais produtores de grão, milho, soja trigo e de arroz”, disse, acrescentando que a ideia é de Angola produzir em grande escala o milho e a soja, produtos que formam 95% dos ingredientes da ração animal.
“Vamos contar com investimentos públicos que irão garantir infra-estruturas e acessos para que o produtor possa ter acesso ao mercado interno, quer de abastecedores, quer da transformação, as indústrias e os mercados externos”, frisou.
O evento, realizado numa das unidades hoteleiras da capital, reuniu empresários e serviu para o lançamento da edição 2022 da revista Bussiness year.