Kampala (Dos enviados especiais) – A comissária da União Africana para Desenvolvimento Rural da Economia Azul, Josefa Sako, apontou, esta sexta-feira, no Uganda, a aposta nas sementes melhoradas como um dos factores que pode acelerar a produtividade agrícola em África, um continente que ainda regista níveis de produção baixa.
Em declarações à imprensa, na sequência da Cimeira Extraordinária da União Africana, que está a abordar o Programa de Desenvolvimento Agrícola Abrangente da África Pós-Malabo (CAADP), destacou também a segurança alimentar e a nutrição como outros elementos que se deve ter muita atenção no continente africano.
A comissária recordou, igualmente, que os grandes entraves do desenvolvimento da agricultura em África estão ligados ao défice de infra-estruturas na maior parte dos países, facto que motiva a migração de muitos jovens das zonas rurais para as localidades urbanas.
Em relação ao evento, que decorre de 9 a 11 deste mês, em Kampala, referiu que o encontro está a servir para debater e colher contribuições de vários países, com realce para governação dos sistemas alimentares.
No segundo dia da Cimeira, Josefa Sako disse que os participantes propuseram que se crie uma missão da agricultura nos parlamentos que possa olhar para os 10% do orçamento recomendado para este sector.
Acrescentou que outra proposta apresentada surge dos países insulares (ilhas), que dizem “não estarem prontos para cumprir com a meta dos 10%”, devido a escassez de recursos.
Reforçou que os documentos dessa Cimeira foram preparados para que os 55 países africanos possam aderir a grande Estratégia e o Plano de Acção 2026-2035, alinhando-se, a posterior, com planos de cada país.
Sublinhou que a Estratégia e o Plano de Acção do CAADP de 10 anos visam aumentar a produção de alimentos, expandir a agregação de valor, impulsionar o comércio intra-africano, criar milhões de empregos para os jovens e mulheres, construir cadeias de valor agro-alimentares inclusivas, bem como sistemas agroalimentares resilientes e sustentáveis.
Além disso, Josefa Sako disse que o segundo dia da Cimeira serviu também para fortalecer a governança, por meio da tomada de decisões baseada em evidências e aumentar a responsabilidade entre todas as partes interessadas.
A Cimeira Extraordinária da União Africana, que decorre na capital do Uganda, Kampala, encerra este sábado, com a cúpula que culminará com a adopção da Declaração de Kampala e uma estratégia e plano de acção de dez anos, para impulsionar a implementação da Declaração de Malabo sobre Crescimento Agrícola Acelerado e Transformação para Prosperidade Compartilhada e Melhoria dos Meios de Subsistência, adoptada em 2014.
A Estratégia e o Plano de Acção do Programa Abrangente de Desenvolvimento da Agricultura Africana (CAADP), com duração prevista de 2026 a 2035, estão em desenvolvimento nos últimos 10 meses, seguindo as directrizes dos Chefes de Estado e de Governo africanos. HM/QCB