Luanda - A embaixadora de Moçambique em Angola, Osvalda Joana, apontou a necessidade de grandes estudos e acordos entre os países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para que haja uma “moeda única” na região.
Na óptica da diplomata, que falava no âmbito da 43.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governos da SADC, para 7 a 17 de Agosto, em Luanda, é necessário avaliar os prós e contras, as vantagens e os procedimentos mais adequados para a implementação de uma moeda única na comunidade de países mais ao Sul de África.
“Não podemos nos precipitar e implementar antes de avaliar os prós e contras, as vantagens e os procedimentos mais adequados e ver qual a moeda que vai ser estabelecida e quando é que vai entrar em vigor”, indicou Osvalda Joana.
Sobre a implementação de moeda única na região, a SADC já previu metas, resultados e impacto e desafios.
De acordo com o Quadro de Implementação do Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional, 2018 era o prazo definido para o alcance deste marco, isto é, da efectivação da moeda única.
Dados da SADC referem que a etapa final no processo de aprofundamento da integração económica regional na SADC é a implementação de uma moeda única, que estabelecerá a região como uma União Económica.
Quanto aos resultados e impacto da implementação de uma moeda única, refere-se que, embora a data prevista para o lançamento de uma Moeda Única esteja a vários anos da sua concretização, o Comité Director dos Sistemas de Pagamento da SADC desenvolveu uma proposta para o estabelecimento de um sistema destinado a facilitar a liquidação e o pagamento transfronteiriço.
Este sistema, indica a SADC, permitiria a liquidação das operações de pagamento numa local central e basear-se-ia numa moeda única.
O referido sistema-modelo está a ser, inicialmente, testado nos actuais países da Zona Monetária Comum, que utilizam o Rand sul-africano (África do Sul, Lesoto, Namíbia e Suazilândia) e, se for bem sucedido, estará pronto a ser implementado nos restantes Estados-Membros da SADC à medida que a região avançar no seu processo de integração.
Em relação aos desafios, actualmente, o maior, para alcançar este objectivo, e qualquer um dos marcos de integração mais avançados em termos económicos, é a falta de clareza em torno da questão dos países que são membros de mais de uma união aduaneira.
Só quando esta questão for resolvida é que a SADC poderá avançar com a sua agenda de integração económica regional.
Estatísticas indicam que, até 2019, a comunidade tinha uma população estimada em 366 milhões de habitantes e o total do comércio de mercadorias intra- SADC estimou-se em 58 745 milhões em 2020.
Os principais objectivos da SADC são alcançar o desenvolvimento, a paz e a segurança, o crescimento económico, reduzir a pobreza, elevar o nível e a qualidade de vida das populações da África Austral, e apoiar as camadas sociais desfavorecidas mediante a integração regional, assente nos princípios democráticos e no desenvolvimento equitativo e sustentável.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) foi criada em 1992 para incentivar as relações comerciais entre seus 16 países membros e tem sua sede em Gaberone..
Integram a orgranização Botswana, África do Sul, Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, Eswatíni, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábwe. PPA