Luena - O sector eléctrico da província do Moxico registou um incremento de 31 megawatts, em 2024, elevando para 55 MW a capacidade de produção de energia, com a inauguração da central fotovoltaica do Luena e instalação de uma nova turbina.
Com a inauguração da central fotovoltaica criou-se as condições de novas ligações, permitindo que 172 mil novas pessoas tenham acesso à corrente elétrica da rede pública.
A infra-estrutura, inaugurada na ocasião pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, beneficiou de um orçamento de 36,9 milhões de euros, com um total de 43.680 painéis solares, enquadrando-se no plano do Governo denominado "Energia Angola 2025”.
Inaugurado em Maio do corrente ano, a central fotovoltaica do Luena tem permitido uma redução no consumo de combustíveis fósseis ,sendo que o Governo estima uma poupança anual de 19 milhões de litros de gasóleo.
Além deste equipamento social, o ministério de tutela procedeu à montagem de uma nova turbina de três megawatts na central térmica da WARTSILA, que aumentou a potência instalada, para uma distribuição equilibrada do produto na região.
Estes investimentos permitiram ultrapassar um longo período de perturbação na região, em que se verificava vários apagões, assinalando uma melhoria na qualidade de serviço na cidade do Luena, onde habitam mais de 465 mil pessoas.
Apesar desta melhoria em termos quantitativos, a urbe carece de um projecto de expansão da rede, fundamentalmente, na periférica, onde se constata várias zonas cinzentas.
Durante o ano, a Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE) reportou que para suprir esta necessidade, a cidade do Luena e arredores carece de 88 Postos de Transformação (PT), com vista à expansão da energia eléctrica dos bairros periféricos da urbe.
Actualmente a cidade do Luena possui uma potência instalada de 55 MW, provenientes do Parque de Energia Fotovoltaico, com uma potência de 26, 906 MW, barragem hidroeléctrica do Tchihumbwe-Dala (12 MW), central térmica Hyundai (4,4 MW) e a WARTSILA com 13 MW disponíveis.
O ano ficou também marcado com a realização de um fórum de cooperação regional e intercâmbio cultural entre as províncias do Moxico (Angola) e do Noroeste (Zâmbia) no quadro do reforço das relações entre as duas regiões fronteiriças.
O evento serviu para a apresentação de potencialidades de cada província, nos domínios económicos, social e cultural, bem como de troca de experiência entre empresários das referidas regiões.
Culturalmente, o Reino Mbunda, um dos mais antigos e grandes agrupamentos étnicos da África Austral, vivenciou, este ano, uma crise de liderança, após a vacatura do trono pelas mortes sucessivas de dois reis, nos últimos dois anos.
Instalado na província do Moxico, Leste de Angola, mas precisamente no município dos Bundas, fronteiriço com a Zâmbia, a crise naquele reino instalou-se na monarquia de 15 milhões de súditos espalhados por Angola, RDC, Namíbia, África do Sul e Zimbabwe, todos Estados-membros da SADC, após a morte do rei Mwene Mbandu IV, a a 15 de Dezembro de 2022.
De lá para cá, o reino ainda não encontrou um substituído, sendo que , em Agosto último, um cidadão zambiano Du Shefu, foi entronizado, supostamente, de forma ilegal como rei do reino Mbunda e dias depois deportado para a República da Zâmbia, por entrada e permanência ilegal no país.
Momentos antes da entronização, o alegado sucesso foi contestado pela família, que o considera de "indivíduo arrogante, com desvio de carácter, falta de princípio de gestão e unificação.
Ainda no âmbito cultural, 2024 foi marcado pela entronização de Nhakatolo Ngambo, tornando-se 6ª rainha do povo Luvale.
A cerimónia, decorrida na vila de Cazombo, município do Alto Zambeze, foi testemunhada por milhares de pessoas de diversos pontos do país, entre ministros e governadores provinciais.
A rainha Nhakatolo Ngambo tornou-se a sexta na linha de sucessão no reino dos Luvales, após as lideranças de Nhakatolo Cavangu, Nhakatolo Ngambo, Nhakatolo Kutemba, Nhakatolo Chisengo e Nhakatolo Tchilombo, falecida em 2023.
No domínio desportivo, o facto marcante foi a realização do Campeonato Nacional de Karaté-dó, cujo campeão foi o Grupo Desportivo da Banca de Luanda, em masculino e feminino.
No sistema de Kata (demonstração de técnica) a prova foi vencida pela selecção do Huambo "A", enquanto o Núcleo Shukokai obteve maior número de medalhas de ouro, um total de sete, em termos colectivos.
A prova teve a participação de mais de 112 atletas das províncias do Moxico (anfitriã), Cabinda, Lunda-Norte, Uíge, Bengo, Luanda, Cuanza-Sul, Benguela, Huíla, Huambo, Bié e Cuando-Cubango. TC/HD