Benguela – O Governo britânico vai disponibilizar mais de quatro mil milhões de dólares em projectos de investimentos em Angola, para apoiar o desenvolvimento da agricultura e do turismo, soube, esta quinta-feira, a ANGOP.
O anúncio foi feito pelo embaixador do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte em Angola, Bharat Joshi, à saída de um encontro com o governador da província de Benguela, Manuel Nunes Júnior, durante o qual foram abordadas as relações entre os dois países, com destaque para a cooperação económica.
Segundo o embaixador, este investimento superior a quatro mil milhões de dólares está já disponível, através da Agência de Créditos à Exploração do Governo Britânico (UK Export Finance), e representa o compromisso do Reino Unido de trabalhar cada vez mais para o desenvolvimento de Angola.
Entre os sectores prioritários do aporte financeiro do Governo britânico Bharat Joshi destacou as infra-estruturas, a agricultura, com primazia para a produção de frutas, a formação de quadros e o turismo, com vista a expandir parcerias.
“Felizmente, temos uma parceria económica muito forte e muito próxima (…). Vamos trabalhar para desenvolver este país e construir uma parceria mais forte no futuro”, sublinhou Bharat Joshi, em declarações à imprensa.
Disse que as trocas comerciais entre Angola e o Reino Unido continuam cada vez mais dinâmicas, referindo que o ano passado foi muito importante para as empresas britânicas que operam no país.
Sobre as trocas comerciais entre Angola e Reino Unido, que aumentaram nos últimos anos em mais de nove mil milhões de libras, o equivalente a 11 mil milhões de dólares, o embaixador afirmou que há investimentos britânicos praticamente em todo o país.
“Vemos muitos investimentos das empresas britânicas em Angola em todo o lado, incluindo no projecto do novo Aeroporto Internacional de Cabinda”, notou, garantindo que este ano haverá mais investimentos britânicos.
Mil milhões de dólares do Reino Unido a caminho de Benguela
O embaixador do Reino Unido também revelou que a província de Benguela está a caminho de receber mil milhões de dólares em investimentos em vários projectos, com foco na agricultura e no turismo.
“Estou muito feliz com a minha primeira visita fora de Luanda e discutimos com o governador de Benguela o trabalho que as empresas britânicas já estão a fazer nesta região bela e dinâmica”, disse o embaixador.
Na prática, esclareceu que os mil milhões destinados à província de Benguela estão incluídos no montante financeiro de mais de quatro mil milhões de dólares disponibilizados pela UK Export Finance.
É nesse sentido que o diplomata acentuou o objectivo da sua primeira visita a Benguela, acrescentando que pretende ver com as autoridades locais a forma como as empresas britânicas podem continuar a ajudar o desenvolvimento da província.
Além da formação do capital humano, Benguela também receberá investimentos britânicos em projectos ligados ao turismo e à agricultura, o que, para o embaixador, revela o interesse do Reino Unido de trabalhar em parceria com o Governo de Angola para desenvolver a província.
Relativamente ao projecto logístico do Corredor do Lobito, Bharat Joshi reconheceu o seu potencial, embora tivesse aclarado que o Reino Unido quer explorar mais áreas, porquanto a província de Benguela tem muitas oportunidades para as empresas britânicas fora desse corredor ferroviário.
No quadro da diversificação da economia de Angola, o Reino Unido apresenta-se como potencial parceiro nos sectores da agricultura, energia, infra-estruturas, saúde e serviços financeiros.
No sector petrolífero, só para dar um exemplo, o Reino Unido é um parceiro estratégico através da British Petroleum (BP), um dos maiores investidores estrangeiros em Angola, com mais de 30 mil milhões de dólares investidos até finais de 2018.
Durante a sua visita a Benguela, o embaixador do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte em Angola e a delegação que o acompanha vão inteirar-se do funcionamento do Porto do Lobito, uma das infra-estruturas estratégicas do corredor com o mesmo nome.
Angola e o Reino Unido estabeleceram relações diplomáticas em 1975, na sequência da independência de Angola, a 11 de Novembro desse mesmo ano.
Actualmente, os sectores da mineração, gás, petróleo e finanças estão no centro das relações económicas entre ambos os países.JH/CRB