Dala – A necessidade de se traduzir em línguas nacionais as matérias ligadas a literacia e gestão financeira, visando o amplo conhecimento das populações das comunidades, foi sugerida, esta terça-feira, no município do Dala (Lunda-Sul), pelo rei Cokwe, Mwene Mwatxissengue Wa Tembo, João Lucas Lukhassa.
A literacia financeira é uma habilidade para lidar com as finanças pessoais e tomar decisões assertivas sobre o dinheiro, uma competência essencial para quem quer administrar de maneira satisfatória os recursos.
O rei teceu tais considerações num encontro mantido com os sobas locais, para auscultar os problemas que se debatem e conformar o alinhamento do poder tradicional.
De acordo com ele, traduzir a literacia financeira em línguas nacionais vai permitir que um maior número de cidadãos que não falam o português possam compreender, interpretar e dominar melhor as metodologias de gestão dos recursos disponíveis, tendo em conta a subida constante da cesta básica e não só.
Por outro lado, disse que muitas das situações e desavenças na região acontecem por desconhecimento da história da cultura Cokwe, defendendo a realização regular de encontros de esclarecimentos sobre os hábitos e costumes do povo.
Lamentou o facto de muitas pessoas deixarem-se influenciar por culturas de outros povos, fragilizando negativamente a essência da identidade Cokwe.
Apelou as autoridades tradicionais a apostarem na produção agrícola e a terem mais unidade, bem como persuadirem a população a ajudarem na preservação dos bens públicos e na consolidarem a paz e reconciliação nacional.
Encontros do género serão realizados nos restantes municípios da província.
Dados apontam que literacia financeira da população está fixada em 24,7 por cento a nível do país, segundo um inquérito de 2023.
Os principais indicadores avaliados incluem, além do nível de literacia financeira, o comportamento e atitude dos cidadãos em relação a produtos financeiros, que são cruciais para orientar políticas públicas e melhorar o sistema financeiro angolano.
O município do Dala, que dista a 145 quilómetros da sede capital (Saurimo), tem uma população estimada em 34 mil 125 habitantes, maioritariamente camponesa, distribuídos nas comunas do Dala, Cazage e Luma-Cassai.JW/ASS
