Luanda - O novo Complexo de Produção de Gasolina da Refinaria de Luanda, inaugurado esta quinta-feira, vai permitir a Angola poupar 300 milhões de dólares por ano, por reduzir a importação de gasolina em 15%.
De acordo com o ministro dos Recursos Minerais Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, o complexo vai aumentar a capacidade de produção da refinaria quatro vezes mais, saindo de 395 mil litros/dia para um milhão e 580 litros.
Falando à imprensa depois da inauguração do empreendimento, pelo Presidente da República, João Lourenço, o ministro disse que o Plano de Desenvolvimento Nacional (PND 2018-2022) para o sector petrolífero inclui um objectivo que visa garantir a auto-suficiência de produtos refinados através da construção de novas refinarias e a ampliação da Refinaria de Luanda.
Afirmou que embora a meta referente ao objectivo determinasse que até 2022 começaria a construção de pelo menos uma refinaria e a ampliação da Refinaria de Luanda, efectivamente iniciou-se a construção das refinarias de Cabinda, do Soyo e do Lobito, bem como se concluiu a ampliação da de Luanda.
Com a entrada em funcionamento do complexo, acrescentou, o país terá ganhos significativos, com realce para o aumento substancial da produção de gasolina e o incremento da oferta do produto no mercado nacional, a redução das importações e diminuição do dispêndio de divisas para o Estado, bem como a melhoria da qualidade da gasolina e benefícios de natureza ambiental.
Segundo o ministro, tendo em conta a futura capacidade adicional, que permitirá exportar, está-se a concluir a primeira fase do terminal de armazenamento de combustível na barra do Dande.
“Continuamos a trabalhar com a República da Zâmbia nos estudos para verificarmos a viabilidade ou não de construção de um pipeline (oleoduto) entre Lobito e a Zâmbia para facilitar a exportação de derivados para este país e outros países”, disse.
Disse que a refinaria é gerida 100% por quadros nacionais, realçando a capacitação de quadros nacionais na Itália, sendo que mais jovens angolanos estão a ser formados para darem o seu contributo na criação de uma indústria de refinação e petroquímica do país
O novo Complexo de Produção de Gasolina da Refinaria de Luanda é um projecto da Unidade de Negócio de Refinação e Petroquímica da Sonangol, que teve início em Junho de 2019 e contou com o suporte técnico da ENI, na supervisão da engenharia e construção.
Angola importa cerca de 80 por cento dos derivados de petróleo, devido à falta de capacidade interna de refinação. A par da modernização e optimização da Refinaria de Luanda, está em curso a construção de novas refinarias em Cabinda, Soyo e Lobito para reverter esse quadro.
As primeiras instalações destinadas à refinação de petróleo foram inauguradas em Maio de 1958, numa área de 170 hectares, no bairro que viria a chamar-se Petrangol.
Foi criada a Companhia de Petróleos de Angola, filial do Grupo Belga Petrangol, cuja parte de refinação possuía na altura uma capacidade instalada de 100 mil toneladas métricas por ano, com o objectivo de abastecer o mercado angolano de combustíveis.
Em 2012, a Refinaria de Luanda passou a integrar, como subsidiária, a Sonaref, que passou a ser a subsidiária da Sonangol EP e sub-holding do negócio de refinação.