Luanda - O processo de construção da Refinaria de Cabinda encontra-se na fase de montagem de equipamentos, afirmou, esta terça-feira, em Luanda, o director de engenharia e projectos da petrolífera angolana Sonangol, Nimbo Virgílio.
Ao falar sobre os projectos de refinação do petróleo bruto em Angola, durante o segundo seminário de capacitação sobre a exploração petrolífera, promovido pela Associação dos Jornalistas Económicos (AJECO), o responsável referiu que as obras desta Refinaria estão mais avançadas, comparativamente às refinarias do Lobito (Benguela) e do Soyo (Zaire).
Na ocasião, fez saber que a progressão da construção da indústria petrolífera da província mais ao Norte do país surge dois meses depois da chegada de novos equipamentos para erguer esta infra-estrutura.
Projectada para transformar 60 mil barris de petróleo bruto/dia, a Refinaria de Cabinda tem como sócio maioritário a empresa Gemcorp, com 90% das acções, enquanto a Sonangol conta com 10 por cento.
Esta refinaria, cuja conclusão está prevista para 2024, servirá, essencialmente, para atender o mercado local e regional.
Relativamente à Refinaria do Lobito, Nimbo Virgílio deu a conhecer que, neste momento, está em fase de engenharia e constituição de parcerias, prevendo-se o seu lançamento em 2025. Tem uma capacidade prevista para produzir 200 mil barris de crude/dia.
Este projecto, virado para o mercado doméstico e regional da SADC, está em aberto a sua estrutura societária, dando oportunidade a novos investidores.
Além de Cabinda e Lobito, o país prevê também contar com a Refinaria do Soyo (Zaire), que se encontra em fase de desminagem (80%) e desmatação, numa área de 712 hectares.
Com o lançamento previsto para 2025, esta indústria perspectiva produzir 100 mil barris de petróleo/dia. Tem como estrutura societária repartida em 90% da Quanten e 10% da Sonangol.
Segundo o director de engenharia e projectos da petrolífera estatal Sonangol, o défice existente entre a oferta e a procura de produtos refinados no país será colmatado quando se concluir a construção das respectivas três refinarias.
Actualmente, o país conta apenas com a Refinaria de Luanda para a transformação do petróleo bruto em produtos derivados.
Com uma capacidade para produzir 65 mil barris/dia, esta unidade foi inaugurada no dia 3 de Maio de 1958, na altura com uma capacidade de processar dois mil barris por dia.
Após beneficiar de reabilitação e ampliação, a Refinaria de Luanda está com uma capacidade de armazenagem de 580 mil metros cúbicos (42% de crude + 58% de produtos refinados).
Com isso, esta indústria produz 775 mil toneladas métricas de gasóleo, que corresponde a 36% das necessidades do país, 432 mil de gasolina (35%), 42 mil de gás butano (10%), 130 mil toneladas métricas de Querosene (petróleo iluminante) - 100% da procura do mercado - 300 mil de JET-A1 (100%), um milhão e 150 mil de fuel óleo (100%) e 43 mil de asfalto (38%).