Luanda – Mil milhões e 500 milhões de dólares norte-americanos foram arrecadados pelo subsector dos diamantes em 2024, em Angola, representando uma redução de mil milhão 400 milhões em relação ao ano anterior, segundo o presidente do Conselho de Administração da Endiama, Ganga Júnior.
Ao intervir na cerimónia de apresentação de resultados da empresa no ano transacto e perspectivas para 2025, que se enquadra nos 44 anos da Endiama, assinalados esta quarta-feira (15), o gestor justificou que essa baixa deveu-se ao decréscimo do preço médio de diamante por quilate no mercado internacional, actualmente fixado em 143 dólares.
Em termos de produção, Ganga Junior disse que o país alcançou, pela primeira vez, a meta dos 13 milhões 96 mil quilates, contra os oito milhões atingidos em 2023.
Referiu que, tendo em conta os níveis históricos de produção atingidos em 2024, a empresa tem ainda em stock três milhões de quilates, por falta de procura.
“Vamos ter que reflectir melhor se mantemos a perspectiva de aumento ou se ajustamos às situações do mercado”, ponderou.
Por outro lado, o PCA da Endiama deu a conhecer a existência de 25 projectos geológicos em actividade efectiva, sendo cinco primários e 20 secundários, para além de outros 29 em promoção, por falta de capacidade técnica e financeira.
Durante o ano transacto, o subsector dos diamantes gerou quatro mil e 881 novos postos de trabalho, totalizando 28 mil e 826.
De acordo com Ganga Junior, em 2024 a ENDIAMA privilegiou a sua estruturação interna, desde o saneamento financeiro e a melhoria do funcionamento da empresa.
Adiantou que, para 2025, a empresa prevê produzir 14,8 milhões de quilates de diamantes e arrecadar mais de dois mil milhões de dólares norte-americanos.
Para este ano, está igualmente na forja a entrada em funcionamento da primeira refinaria de ouro, em Luanda, e projectos agro-industriais, no leste do país, no âmbito da diversificação das frentes de actuação da empresa. Para a primeira iniciativa, foi já investido 14 milhões de dólares e para o segundo cinco milhões.
O presidente do Conselho de Administração da Endiama avançou também a intenção de se avançar, até final deste ano, com a transição da ENDIAMA em Empresa Pública para Sociedade Anónima, tendo em vista a alienação de 30 por cento da empresa, cujo processo fica concluído até 2027.
A integração da empresa no Comité de Defesa de Diamantes Naturais figura ainda entre os desafios a se ter em conta, para fazer face à subida acentuada da produção de diamantes sintéticos em alguns mercados.
Fundada a 15 de Janeiro de 1981, a ENDIAMA E.P é uma empresa nacional vocacionada à prospecção, exploração e comercialização de diamantes. ACC/QCB
