Caxito - A cooperativa Recafé-Bengo, em Caxito, província do Bengo, quer criar uma marca específica para o "Café Robusta" produzido na região, para facilitar a divulgação de um produto de alta qualidade.
A intenção foi apresentada pelo responsável da cooperativa, Ernesto Cirilo, na primeira conferência provincial do café, que, sem adiantar pormenores, referiu que o café robusta na província representa 100 por cento das plantações, do tipo Ambriz, mas, para além deste, existe também o Amboim e o Cazengo.
Junto dos cafeicultores, disse, a cooperativa tem feito um trabalho de consciencialização para que continuem com a actividade de desmatação e acabem com as queimadas que prejudicam a produção e impedem a plantação de novas mudas.
Segundo o responsável, a Recafé tem apoiado a produção familiar, sobretudo alguns pequenos cafeicultores que já se tinham esquecido como se produz café e passaram a se dedicar a outras culturas, para não esperarem três anos por resultados financeiros.
Em relação ao projecto de electrificação da zona do triângulo (Quibaxe, Bula Atumba, Pango Aluquém) e Nambuangongo, adiantou que a ser concretizado será um factor de desenvolvimento, principalmente na agro-indústria, onde o robusta terá uma posição preponderante.
"Com a instalação da energia nesta área, a zona poderá contar com serviços bancários e outros, e os jovens poderão regressar às origens", sublinhou.
O responsável referiu-se também a necessidade de se fixar um preço para o robusta comercial, para a garantia do produtor, adiantando que a cooperativa necessita de um local onde possa proceder as várias fases da cadeia de café, incluindo o descasque, a torrefação e rebenificio .
Na fase final, informou, está um acordo que prevê a disponibilização de máquinas pesadas , pás carregadora, buldozer, cilindro e neveladoras, a custos mínimos, com o objectivo de reabrir e limpar picadas para o acesso às plantações antigas e implementação de novas mudas.
Informou também que a cooperativa está a apoiar uma Multinacional (sem adiantar o nome), líder mundial da comercialização de café que, até 2026, pretende construir de raiz uma fábrica em África.
"A nossa cooperativa estará ao lado da direcção geral de Angola, desta multinacional para que esta fábrica, com capacidade de 80 mil toneladas /ano seja construída no país, na província do Bengo" pontualizou.
Para instalação deste projecto, frisou, concorrem Angola, Nigéria e Camarões.
O empresário disse também aguardar com expectativa que o Banco de Fomento Angola apresente aos cafeicultores a linha de financiamento destinada ao café, cujo protocolo de entendimento foi rubricado em Fevereiro último pela entidade bancária e o Instituto Nacional do Café (INCA).
Ernesto Cirilo referiu-se também a Associação Nacional do Café, Cacau e Palmar de Angola-CAFANG, que, ao conceber o PLANACAFÉ, vai contribuir para o relançamento da cultura o país.
A província do Bengo tem cerca de 190 mil hectares de fazendas abandonadas.
A cooperativa Recafé-Bengo tem 40 membros e existe há um ano. IF