Luanda - A assinatura dos acordos de concessão para o financiamento, construção, propriedade e operação do projecto ferroviário que visa estabelecer a ligação entre Angola e a Zâmbia figura entre os factos que marcaram o noticiário económico da semana finda.

O acordo foi rubricado, em Nova Iorque, pelo ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, com a Africa Finance Corporation (AFC) e o Governo da Zâmbia, representado pelo seu homólogo, Frank Tayali, e visa igualmente operacionalizar o Corredor do Lobito no seu todo,.de acordo com uma nota a que a ANGOP teve acesso.

O projecto prevê a construção de uma linha ferroviária inteiramente nova, de aproximadamente 800 quilómetros, para ligar o Caminho-de-Ferro de Benguela, em Luacano (Angola), à já existente linha ferroviária da Zâmbia, em Chingola. 

Esta ligação é fundamental para a existência de um corredor comercial que facilite a circulação eficiente de mercadorias e promova investimentos na agricultura, electricidade, na mineração, saúde e infra-estruturas digitais.

Prevê-se que a linha férrea, a construir no âmbito dos acordos assinados, crie benefícios económicos de aproximadamente três mil milhões de dólares para ambos os países, reduza as emissões atmosféricas em cerca de 300.000 toneladas por ano, e crie mais de 1.250 postos de trabalho durante a sua construção e as operações.

Ainda sobre o Corredor do Lobito, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (USAID) manifestou o interesse em apoiar organizações locais na construção de infra-estruturas ao longo desta ferrovia.

Segundo o representante da USAID em Angola, William Butterfield, que falava na Conferência de Coordenação de Apoio ao Corredor do Lobito, naquela cidade ferro-portuária, o seu país vai investir 3,5 milhões de dólares (um dólar equivale a 946,41 kwanzas) para o referido apoio.

Destaque também para o sector do turismo, cujo dia mundial (27 de Setembro) assinalou-se sexta-feira, com a província da Huíla a acolher o acto central nacional, presidido pelo titular do pelouro, Márcio Daniel, que enfatizou algumas medidas que serviram para situar o sector no panorama da actualidade económica nacional.

Apontou a segregação da função turismo e sua autonomização em novo departamento ministerial, entre outras acções do Executivo que permitiram, nos últimos anos, o fim do controlo migratório nos voos domésticos.

A anteceder o acto central, o governante esteve na província de Cabinda, aonde reafirmou o compromisso do Executivo em continuar apoiar as iniciativas privadas na área de hotelaria e turismo no país.

Na província mais ao norte de Angola, o ministro inaugurou duas unidades hoteleiras de três e quatro estrelas, respectivamente, e visitou a futura escola-hotel, em fase de conclusão.

Nos últimos sete dias realce igualmente para o anúncio da Administração Geral Tributária (AGT) de que a tributação dos rendimentos das empresas passará a ser feita através de um único imposto, a partir de 2025.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da AGT, José Leiria, a ideia é fazer que as empresas deixem de tributar através de quatro impostos, como ocorre actualmente.

Conforme o gestor, que falava na IV Conferência Economia e Mercado sobre Tributação, a nível do Ministério das Finanças já se trabalha também para a concretização de um único imposto para tributar o rendimento das pessoas singulares.

Por sua vez, a Sonangol desmentiu informações segundo as quais havia falta de combustível e uma possível greve de trabalhadores da Refinaria de Luanda.

Reagindo à imprensa, o director de comunicação e imagem da petrolífera estatal, Dionísio Rocha Júnior, descartou tal possibilidade, sublinhando que a instituição está a trabalhar e vai continuar com a mesma estabilidade de sempre.

Questionado sobre vídeos relacionados ao assunto que circulam na internet, disse ter sido um contratempo, próprio de qualquer empresa, tendo “um colega, mais animado, resolvido fazer alguns postes na sua página, que vazou para a internet” e assegurou que a situação está controlada, não havendo problemas nem motivos de preocupação.

Numa outra vertente, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, defendeu a capacitação contínua dos profissionais da comunicação social, para melhorar a abordagem jornalística dos assuntos relacionados com a indústria petrolífera.

O dirigente falava à imprensa, à margem de um seminário de capacitação sobre o sector de hidrocarbonetos, dirigido a jornalistas, sobretudo da área económica.

Já a província do Huambo ganhou, na semana finda, mais uma unidade produtiva, visto que entrou em funcionamento, em regime experimental, a primeira fábrica de massa alimentar instalada no Pólo de Desenvolvimento Industrial da Caála.

O funcionamento pleno da unidade fabril está previsto para Dezembro do corrente ano.

Trata-se de um investimento cujo grupo proprietário possui, no mesmo pólo, desde 2021, uma linha de processamento de farinha de trigo e de milho.

No capítulo internacional, destaque para a participação do país na Feira Internacional do Café, no Qatar, na Exposição de Turismo do Japão 2024, em Tóquio, e na Cimeira da Agricultura do G7, na Itália.

Na cidade de Doha (Qatar), Angola foi um dos 15 Estados produtores de café presentes na 2ª edição da feira e a sua participação insere-se na iniciativa de diplomacia económica "Café de Angola: Conectando as Culturas do Mundo", promovida, desde 2021, pelo Ministério das Relações Exteriores.

Em Tóquio, cuja exposição encerra domingo, o país expõe variedades das suas potencialidades turísticas, com realce para a gastronomia, encantos naturais, entre outras oportunidades de negócios neste segmento.

Já em Itália, nos trabalhos dedicado à cooperação entre o G7 e os países africanos no sector agrícola, a comitiva angolana, encabeçada pelo titular do pelouro, realçou a necessidade maior investimento na educação e capacitação da população, maioritariamente jovem, visando a criação de emprego e consequente desenvolvimento. VC