Luanda – As obras da segunda fase do projecto da Sonangol, “Falcão 2”, em execução na província do Soyo, Zaire, estão avançadas na ordem dos 74%, prevendo-se a conclusão ainda este ano.
Trata-se da construção de uma infra-estrutura terrestre para a recepção, transporte e distribuição de gás natural, proveniente da fábrica da Angola LNG (gás natural liquifeito) para a central do ciclo combinado (Soyo), num investimento global de 36 milhões de dólares da petrolífera nacional, Sonangol.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Gaspar Martins, que falava na conferência de imprensa para a apresentação dos resultados provisórios do ano 2022 da empresa, está em curso a finalização da engenharia de detalhe dos equipamentos para a edificação da infraestrutura de recepção, transporte e distribuição de gás natural.
O projecto, acrescentou, vai permitir ter gás adicional disponível para o complexo industrial de fertilizantes do Soyo, um em construção no quadro do consórcio entre a petrolífera nacional e o Grupo empresarial angolano Opaia.
O projecto “Falcão 2” vai permitir elevar a capacidade de recepção e acondicionamento de 75 milhões para 125 milhões de pés cúbicos de gás natural, a ser distribuído às indústrias como de geração de energia eléctrica, além do complexo industrial de fertilizantes no Soyo.
A iniciativa está a ser implantada no perímetro adjacente à central do ciclo combinado do Soyo, numa área de dez mil metros quadrados.
O projecto insere-se numa iniciativa mais ampla de desenvolvimento da indústria de gás natural no país, tendo como fonte de matéria-prima recursos provenientes da exploração em offshore (no mar) de petróleo e gás natural.
Por dentro do Complexo
A primeira pedra para a construção do referido Complexo Industrial de Fertilizantes de Soyo, com a capacidade para produção de 3.500 toneladas de ureia granulada/dia, foi lançada em meados de 2022, pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.
Com conclusão prevista para 2026, o projecto conta com o financiamento de 2,2 mil milhões de dólares do Afreximbank-Banco Africano para as Exportações e Importações.
Com a assistência técnica da empresa Saipem, augura-se que a construção do complexo venha contribuir no fomento da produção agrícola nacional, além da melhoria do nível de vida e bem-estar da população local.
Face à existência de uma lacuna entre o consumo e a produção de ureia de 1 200 mil toneladas na África Austral e Central, o projecto prevê dar prioridade ao mercado nacional no suprimento das necessidades de fertilizantes.
O excedente, será exportado para a região e Zona Livre do Comércio Africano e a outros países à escala global.
A ureia é um composto químico na forma de cristais brancos e tem várias vantagens, como o de conter maior conteúdo de nitrogénio, 46%, e solúvel em água, propiciando rápido crescimento da massa vegetativa. NE