Luanda – A análise e a projecção dos indicadores macroeconómicos de Angola, para o período 2023-2027, constam entre os temas que mais se destacaram nos últimos sete dias na divisão económica da ANGOP.
Segundo estimativas, apresentadas pelo Governo angolano na 1ª edição do evento denominado “Angola Economic Outlook (AEO)”, para o período em análise, o valor do Produto Interno Bruto (PIB) nominal global do país ronda os 70,3 biliões de kwanzas (Kz), em média.
Do valor total do PIB, estima-se que o sector não petrolífero contribua com Kz 59,3 biliões (84,34%), enquanto o sector petrolífero poderá dar 11,8 biliões de kwanzas (15,66%) para economia angolana, que prevê crescer na ordem dos 3%, em 2023.
Promovido pelo Ministério da Economia e Planeamento, em parceria com a revista Economia & Mercado, a primeira edição do AEO, sob o lema “Da recuperação económica ao desenvolvimento sustentável”, é uma plataforma de observação económica que visa permitir aos investidores e outros operadores anteciparem as suas decisões em função dos cenários projectados.
Outro evento que também marcou actualidade económica na semana finda foi a realização do primeiro fórum de negócios Angola - Áustria, que contou com a participação de 12 empresas austríacas de diferentes sectores da economia.
A iniciativa do Consulado da Áustria em Angola, enquadrou-se na visita oficial do Chefe de Governo austríaco no país, Karl Nehammer.
Na ocasião, o Chanceler da Áustria considerou satisfatória as relações entre os dois países, garantindo apoio aos sectores já identificados em Angola.
Ainda na senda dos eventos promovidos na semana finda, o destaque também recai sobre a realização da 2ª edição do "Angola Startup Summer", que reuniu, em três dias, pelo menos 130 expositores.
Sob o lema “Inovação e tecnologia como vectores para dimensão das startups em Angola”, o certame visou manter e fomentar o surgimento de novas startups, através da troca de experiências, realização de negócios e a cooperação com instituições universitárias, potenciais investidores e incubadoras, numa promoção do Ministério da Economia e Planeamento, em parceria com a Eventos Arena.
No domínio habitacional, a nota de realce recai sobre o crescimento em cerca de 50% da concessão do crédito à habitação no país, nos últimos 10 meses, fruto da entrada em vigor do Aviso 9 do Banco Nacional de Angola (BNA).
De acordo com BNA, a operacionalização desse aviso está a impulsionar a compra e a construção de habitação, mitigando a carência de casas no país.
O BNA publicou, a 6 de Abril de 2022, o Aviso 9 que autoriza aos bancos comerciais a constituírem parte das reservas obrigatórias em financiamentos, com vista a elevar os níveis de acesso ao crédito à habitação e promover a construção de imóveis residenciais.
A par dessa medida, na semana finda, o Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação, em coordenação com o Ministério da Administração do Território, realizou o primeiro encontro nacional com Órgãos da administração local do Estado, departamentos ministeriais e instituições afins, com objectivo de traçar melhores estratégias para execução do Projecto de Autoconstrução Dirigida.
O projecto, que visa resolver o problema da exiguidade de habitações em todo país, sobretudo, na camada juvenil, prevê disponibilizar, nos próximos cinco anos, quatro milhões de lotes para habitação e autoconstrução dirigida, em todo território nacional.
Nos últimos sete dias, destacou-se também o início da campanha de registo e licenciamento massivo de táxis, moto-táxis e embarcações artesanais, em Luanda, com vista, entre várias metas, integrar no sistema, organizar e controlar a actividade dos táxis "azuis e branco", mini-autocarros e os chamados "gira bairros".
Constam, igualmente, dos objectivos reduzir o índice de crimes perpetrados por má actividade de pesca artesanal, táxi e moto-táxi, além de massificar a formalização da actividade de pesca artesanal, táxi ocasional e moto-táxi.
Entre os destaques da semana passada, a nota de realce também vai para o Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que permitiu criar mais de 44 mil postos de trabalho, entre definitivos e temporários.
Em vigor desde 27 de Junho de 2019, o PIIM conta com uma carteira de 2 682 projectos, dos quais 1 269 já foram concluídos e 536 têm uma execução física acima de 70%, num investimento de 598 338 mil milhões de kwanzas.
No domínio dos petróleos, destacou-se a exportação de 87,9 milhões de barris de petróleo bruto, no primeiro trimestre deste ano, avaliado em USD 6,9 mil milhões, menos 14,82% face ao período homólogo.
Por outro lado, no sector dos diamantes deu-se maior ênfase à comemoração do Dia do Trabalhador Mineiro, que ficou marcado com a inauguração do projecto diamantífero "Yetwene", localizado na província da Lunda Norte.
Com uma concessão de 508 quilómetros quadrados, a respectiva mina vai produzir 10 mil quilates de diamantes/mês, numa primeira fase.QCB/AC
