Luanda – Os esforços do Governo angolano para aumentar a produção interna deverão ajudar a aliviar as persistentes pressões inflacionistas em Angola, fortalecer o kwanza e estimular o crescimento económico, assegurou o ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.
Em entrevista à agência Bloomberg, publicada quarta-feira (17), afirmou que o Governo está a construir infra-estruturas para ligar o campo às principais cidades, a disponibilizar linhas de crédito para os agricultores aumentarem a produção e tem, no âmbito do Planagrão, cerca de dois milhões de hectares de terra para grandes investidores na produção agrícola.
O ministro de Estado reiterou o trabalho que está a ser feito para diversificar a economia de Angola, investindo na cadeia alimentar.
“O sector petrolífero continuará a ter um papel muito importante na nossa economia, mas o que realmente queremos é crescer o sector não petrolífero”, realçou José de Lima Massano, referindo que a economia deverá crescer 3,2%, este ano, em comparação com 0,9% em 2023.
Na entrevista, Massano avançou, por outro lado, que o Governo continua comprometido com a eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, agindo com sentido de prudência. Acrescentou que, neste momento, ainda “não existe um cronograma para completar este processo”.
Reiterou que Angola está a levar a cabo um massivo programa de privatizações, numa tentativa de atrair investimentos e reduzir o papel do estado na economia.
Nesse particular, lembrou que a alienação de participações na seguradora estatal ENSA, Seguros de Angola, está a decorrer, enquanto a venda da participação no Standard Bank Angola deverá acontecer até Novembro do corrente ano.
O ministro de Estado para a Coordenação Económica esclareceu o propósito que o Estado angolano vendeu 108 empresas das quase 200 previstas para privatização, mas continua a fazer sentido para a Sonangol manter as participações no BCP e na Galp.
José de Lima Massano avançou que o Governo também planeia uma oferta pública inicial da Unitel e a venda de uma participação no Banco de Fomento Angola no próximo ano.
Sem entrar em detalhes sobre a dimensão das vendas de activos do Estado, reiterou o compromisso do Governo de, eventualmente, abrir o capital da Sonangol.
“A Sonangol é uma empresa de grande dimensão e estratégica e está a executar um programa de regeneração. Uma vez concluído esse programa, poderá então dar outros passos nesta frente também”, esclareceu.
Realçou que o plano de privatização tem como objetivo construir uma economia de mercado competitiva e dinâmica.
Angola conheceu, no primeiro trimestre de 2024, o maior crescimento económico dos últimos nove anos, atingindo 4,6% do PIB.
Nos últimos anos, a economia angolana tem demonstrado “uma resiliência assinalável”, superando adversidades impostas pelo contexto nacional e internacional, tendo merecido elogios recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Com sede em Nova Iorque, a Bloomberg é uma agência de notícias e empresa de serviços financeiros, fundada em 1981 por Michael Bloomberg. É amplamente reconhecida pela sua influência e credibilidade no mundo financeiro, sendo uma das principais fontes de informação para profissionais do sector e investidores em todo o mundo. QCB