Talatona – A produção de petróleo em Angola pode atingir a meta anualizada acima dos 1,1 milhão de barris por dia, afirmou, quinta-feira, em Luanda, a directora de produção da Agência Nacional de Petróleos (ANPG), Ana Miala.
A subida dos níveis é justificada pelo facto de a produção de "ouro negro" ter atingido a cifra de 1,2 milhão de barris dia, no segundo semestre deste ano.
A meta anual de produção petrolífera prevista no Orçamento Geral de Estado (OGE) 2023 é de 1.180.000 barris/dia ao preço médio de USD 75/ barril.
Ana Miala, que participou do painel sobre“ Oportunidades de exploração e produção na África Austral” na 4ªa Conferência Internacional e exposição, Angola Oil & Gas 2023 (AOG2023), referiu que a meta é estar acima dos níveis actuais, olhando para os resultados das pesquisas e explorações em curso, que augura serem satisfatórios.
Sobre as perdas de produção que se verificam diariamente, disse que estão na ordem dos 15%, considerando o período de um “bom ano”, visto que não se sente quase tal declínio.
“No ano de 2022 produziu-se acima do que foi produzido em 2021, sem avançar dados”, disse.
Mas dados oficiais apontam que a produção de petróleo, em 2022, cifrou-se em 391 milhões de barris de crude ao preço médio de 101,992 dólares, perfazendo uma receita bruta na ordem dos 39, 94 mil milhões de dólares norte-americanos.
As instalações de petróleo, ou seja, campos datam dos anos 30 a 40, o que influencia também no número dos barris produzidos se comparados com outros países produtores de crude.
Mas para a responsável, o aumento da exploração de petróleo no país deve estar sempre em alinhamento com as empresas internacionais, investimentos nas universidades e nos jovens, reverter a força de trabalho nas empresas petrolíferas, equiparando o funcionário nacional com o estrangeiro.
Campo Dália lidera
Mas do conjunto de campos, o Dália é um dos melhores em termos de volume de produção, tendo atingido mais de mil milhões de barris, ou seja, mais do um bilião de barris de petróleo, de acordo com a responsável que não especificou o período.
O mesmo tem reservas estimadas em mais de 200 milhões de barris e tem adicionalmente recursos que podem ser convertidos a reservas e a produção acima de 500 milhões de barris.
“É um campo gigante e hoje a partilha de produção de petróleo/lucro no campo Dália fica 80 por cento a favor do Estado e 10 por cento para grupos empreiteiros”, disse.
No seu entender, no cenário actual, a partilha de produção/lucro não incentiva o investidor a continuar no investimento, para tal se está a desenvolver um projecto que vai permitir que o grupo empreiteiro passe a ter recursos de 20%.
A Conferência Internacional encerrou no princípio da noite desta quinta-feira, e decorreu sob o lema “Segurança Energética, Descarbonização e Desenvolvimento Sustentável”.
A mesma reuniu ministros africanos e especialistas internacionais, numa iniciativa do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos com apoio de parceiros.GIZ/NE