Lubango – A produção do chouriço caseiro na província da Huíla regista desde o início deste mês uma significativa queda, consequência atribuída à pressão que a quadra festiva exerceu sobre a principal matéria-prima, a carne de porco.
Como que efeito cascata, a situação é afectada, também, pelo preço do porco, que passou de 10 para 18 mil kwanzas, dada a carência.
Não há registos exactos da quantidade dessa iguaria produzida, sobretudo, pela indústria tradicional, mas o mercado já se está a ressentir da carência, quer os restaurantes, como os visitantes que tentam não deixar o Lubango sem o enchido.
Um dos principais fornecedores da matéria-prima, Nicolau Santa-Rosa, com uma pocilga no município da Humpata, disse à ANGOP que a alta procura por porcos no Natal e Ano Novo está a afectar o mercado, que na sua óptica deve estabilizar-se entre dois a três meses.
Ana Marques, produtora do chouriço na zona da antiga indústria Africarnes, no bairro Alto da Mitcha, admitiu que este está entre os produtos locais que merecem grande atenção, por isso se dá o reconhecimento devido, mas admitiu que está difícil, por isso nos primeiros dias de 2025 ainda não produziu.
Por ser uma iguaria de muita procura, segundo a fonte, quando escasseia o porco no mercado os produtores sentem imediatamente o efeito e o preço sobe.
O turista Miguel Quiari, proveniente de Luanda, afirmou que foi difícil encontrar o produto porque os pontos habituais de venda não tinham, pelo que teve de se deslocar ao Km 16, na comuna da Huíla, onde há um único produtor que tem disponível.
Para além de ser uma atracção para quem vem de fora, o chouriço caseiro é uma ganho para os jovens locais que procuram a sua primeira oportunidade de renda, investindo na revenda ambulante, através das indústrias tradicionais, de onde vem mais de 99 por cento da produção.
Na Huíla, o chouriço caseiro é fabricado, sobretudo, no Lubango, Humpata e Chibia, com a capital da província a se destacar. O quilograma está hoje a oito mil kwanzas, mais três mil em relação ao que se praticava até ao terceiro trimestre de 2024.MS
