Jamba – A primeira fase das obras de construção da central de processamento de ferro bruto do projecto siderúrgico de Cassinga, no município da Jamba, província da Huíla, arranca em breve, num investimento da empresa turca Tosyali Angola, que devem durar 20 meses.
Trata-se de uma lavaria que, depois de concluída, terá a capacidade de processar um milhão e 700 mil toneladas de ferro/ano, quantidades mineiras de serão transportadas através do Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM) para o terminal mineraleiro de Sacomar, na província do Namibe, de onde sairá para o exterior.
O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo vice-presidente da Tosyali Angola, Henriques Kiaco, que falava a Rádio Huíla, no quadro de uma visita de avaliação que faz à província.
Sem revelar o investimento feito, nem a data do arranque das obras, sublinhou que iniciam este ano e numa primeira fase serão criados quatro mil postos de trabalho, número que será duplicado com a etapa de exploração.
“Nós estamos agora numa fase de criar as condições para arrancar com a construção da central de tratamento do minério, ou seja, a lavaria, um local de processamento do ferro útil e aquele que é rejeitado”, disse.
Referiu que o projecto é de “extrema” importância, por ajudar o processo de aceleração da economia nacional.
Antes desse investimento turco, o projecto viveu avanços e recuos, pois os trabalhos de exploração experimental tinham iniciado em 2013, através da empresa AEMR por dificuldades financeiras.
O projecto de Cassinga integrado ao da localidade de Cateruca, na mesma região, conta com um potencial de 15 milhões de toneladas de ferro.
Por força do projecto, várias infra-estruturas estavam previstas no quadro da sua efectivação que podiam impulsionar o desenvolvimento da referida zona que vão desde o sector eléctrico ao dos transportes, como o Caminho de Ferro de Moçâmedes e o porto comercial do Namibe.
O Complexo mineiro de Cassinga é um conjunto de minas de ferro e ouro em operação desde 1967. Está localizada na província da Huíla. As suas minas serão agora exploradas pela empresa turca Tosyali, mas até 2020 estavam sob alçada da extinta estatal angolana Ferrangol.
As principais jazidas formadoras estão na Jamba, mais precisamente na zona de Cassinga Norte, Tchamutete e Cassinga Sul, havendo ainda as minas de Cateruca.
O município da Jamba, potência do ferro e ouro, tem uma extensão de 12 mil quilómetros quadrados, onde habitam 142 mil 371 habitantes. É limitado a Norte pelo Chipindo, a Leste pelo município do Cuvango, a Oeste pelos da Matala e Chicomba e a Sul pelo de Cuvelai (Cunene). JT/MS
