Luanda - O presidente da Conferência de Ministros da OPEP, Diamantino Azevedo, apelou, esta quarta-feira, a necessidade de “um controlo diligente do mercado do petróleo, para se evitar o regresso ao desequilíbrio, face à oferta planeada de petróleo de várias reservas estratégicas, como a dos Estados Unidos da América”.
O também ministro angolano dos Recursos Minerais e Petróleo, que falava na abertura da Conferência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, por videoconferência, lembrou que a pandemia da Covid-19 continua a ser um inimigo persistente a assustar os mercados.
“Temos de estar atentos aos riscos descendentes, associados aos aumentos da inflação, ao aumento dos níveis de dívida e às perturbações da cadeia de abastecimento. Nestes tempos incertos, é imperativo que haja uma união com os países não-OPEP do Doc (Declaração de Cooperação)”, referiu.
O governante disse ainda que continuam prudentes na abordagem e preparados para serem proactivos quando as condições de mercado o justifiquem.
O ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás advogou também união, foco e adaptabilidade a qualquer dinâmica de mercado em mutação, recordando os acontecimentos decorridos há cinco anos, sobre a história de existência da Declaração de Cooperação (DoC), firmada entre os 13 membros da OPEP e os 10 Não-OPEP.
“Assim, vamos garantir o equilíbrio do mercado, uma estabilidade sustentável e apoiar o crescimento e os investimentos nos próximos meses e anos”, destacou.
Em relação ao quinto aniversário da DoC (2016), assinalou que o papel crucial desempenhado no processo de recuperação reflecte-se na última avaliação do Conselho de Administração da Comissão Económica que prevê um crescimento económico global de cerca de 5,6% este ano e de 4,2% em 2022.
“O nosso think-tank (laboratório de ideias) vê a procura de petróleo crescer cerca de 5,7 mil barris por dia, em 2021, e mais 4,2 mb/d em 2022, o que coloca a organização no caminho certo para superar níveis não observados desde o início de 2020”, salientou.
No entender de Diamantino Azevedo, está-se perante desafios complexos e interligados, como as alterações climáticas e a pobreza energética que “exigem soluções abrangentes e sustentáveis susceptíveis de garantirem uma distribuição equitativa da energia”.
O governante acrescenta que, ninguém deve ser deixado para trás, devendo os Estados e as nações caminharem juntos.
Na próxima sexta-feira, 3 de Dezembro, acontece o quinto Diálogo Energético OPEP-China, uma plataforma que o governante angolano caracteriza como importante e oportuna para a discussão, visto ser uma das principais nações consumidoras de energia do mundo.