Preço do ovo mais caro no Cuito

     Economia           
  • Bié     Quinta, 24 Dezembro De 2020    14h00  

Cuito – Em véspera da festa natalícia, o ovo tem sido um dos produtos mais procurados, e com isso o seu preço disparou nos mercados da cidade do Cuito, província do Bié.

Numa ronda efectuada hoje, quinta-feira, pela Angop na cidade do Cuito, maior centro comercial da província do Bié, verificou-se que o cartão de ovo está a ser comercializado a três mil e 500 kwanzas, contra os Akz dois mil anteriores.

A Angop constatou que esta subida de mais mil e 500 kwanzas deu-se desde o início da semana.

O aumento de preços dos produtos da cesta básica e não só em época natalícia tem sido habitual todos os anos. Mas este ano, a população mostra-se muito mais indignada, por o preço do ovo, fundamental para feitura de bolos, ter uma subida acima do normal.

Quanto a outros produtos da cesta básica (arroz, açúcar, farinha, óleo, feijão e massa) também houve um incremento nos preços, mas de forma ligeira.

Antónia da Graça Luís, citadina do Cuito, diz-se surpresa com os valores cobrados, numa altura em que as famílias enfrentam várias dificuldades, por causa da Covid-19.

“Devia haver mais solidariedade. Foi um ano difícil, mas infelizmente a ganância tomou conta de muita gente”, lamentou a jovem de 23 anos.   

A cidadã Clara Domingos, natural da província da Lunda Norte, comerciante de ovo e outros bens de consumo no Cuito, afirma estar difícil aquisição do produto nos aviários, em função da escassez.

Actualmente compra a caixa de ovo de 12 cartões por 36 mil, contra os Akz 22 mil  anteriormente pagos.

Outra comerciante do mesmo produto é Margarida Cabo, natural do Uíge, que lamenta a escassez de ovos, situação que motivou a subida repentina deste produto e não só.

Cadeia de produção frágil 

A empresa “Avipal”, de grande escala no município do Cuito, reduziu a produção diária de 23 mil ovos para 18 mil, nos últimos seis meses, por falta de pintos/galinhas.

Para inverter o quadro, segundo o seu responsável, António Chivinda, a empresa necessita de, pelo menos, mais de cem milhões de kwanzas e 80 mil euros, para importação de pintos/galinhas.

Apesar disso, informou existir uma nave de mais de 18 mil aves, que quando atingirem a idade limite poderão elevar a fasquia dos 18 mil ovos/dia.

Nesta altura, a fazenda controla 35 mil aves.

O produtor admite haver uma maior procura não só de consumidores locais, mas também de Luanda, Namibe, Huíla, Benguela e Huambo, sem, no entanto, existir capacidades para responder à demanda. 

A fazenda Avipal conta com 35 trabalhadores efectivos.

Inadec inspecciona preços

De acordo com o responsável provincial do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC) no Bié, Alfredo Vieira Capitango, no passado dia três a instituição deu início à campanha de sensibilização junto de todos agentes económicos, no sentido de desencorajar a especulação de preços, sobretudo dos produtos da cesta básica.

No caso de ovos, o responsável admitiu que o preço está acima do habitual, avançando estar em serviço uma equipa multissectorial assegurada por agentes do Inadec, Serviço de Investigação Criminal e técnicos do Comércio no sentido de desencorajar tal prática, sob risco dos comerciantes serem responsabilizados criminalmente.

A província do Bié, em 2018, encerrou seis aviários avícolas por motivos diversos.

 





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